Vieira da Silva admite que incentivo a emigrantes não vai “resolver todos os problemas”

O ministro reagiu às críticas sobre a proposta de diminuir a carga fiscal dos emigrantes que regressem a Portugal

Vieira da Silva admite que incentivo a emigrantes não vai “resolver todos os problemas”

Vieira da Silva admitiu esta quinta-feira que “não há nenhuma medida que chegue para resolver todos os problemas da nossa economia e, nomeadamente, do mercado de trabalho”.

O ministro falava sobre as críticas feitas aos estímulos anunciados para os emigrantes que decidam regressar a Portugal. O ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, acrescentou que o governo tem “a consciência de um fenómeno evidente” que se passa atualmente em Portugal em que o desemprego está “ao nível de 2002”, segundo os dados avançados esta quinta-feira pelo INE, enquanto o emprego “está ao nível de 2010 ou 2009”.

"Quer dizer que, mesmo com uma forte dinâmica do mercado de trabalho, o nível de emprego não consegue ser acompanhado por uma criação tão potente de empregos, precisamente porque a área onde cresce menos o emprego é a dos jovens adultos, com mais de 30 anos e menos de 45, que foi a que foi muito atingida pela emigração nos anos mais duros da crise", disse Vieira da Silva.

No entanto, o ministro reforçou que é preciso fazer algo “porque existe vontade de muita gente de regressar a Portugal e existe uma necessidade por parte das empresas e da economia portuguesa dessas pessoas com essas qualificações”, afirmou.

António Costa anunciou, no passado fim de semana, um conjunto de medidas de incentivo ao regresso dos emigrantes a Portugal, entre elas o alívio da carga fiscal em sede de IRS para metade nos primeiros tempos após o retorno. A medida foi criticada por vários partidos.

"A polémica que tem existido, de que será injusto para as pessoas que não saíram de Portugal. As pessoas que cá ficaram, além de se ter procurado melhorar a sua qualidade de vida, são aquelas que mais vão beneficiar se conseguirmos atrair emigrantes para regressar a Portugal porque vão dar mais forças às nossas empresas, à nossa economia, e isso vai ser positivo para todos", explica o ministro que reforça que esta proposta faz parte de um conjunto de medidas – que ainda não está fechado – e que vai além da dimensão fiscal.

Vieira da Silva avançou ainda que o Executivo prevê que a medida esteja em vigor “provavelmente dois anos” e irá ser aplicada às famílias que regressarem a Portugal “entre três a cinco anos”.