Criança foi proibida de andar na escola por tomar medicamento à base de canábis

O tribunal da Califórnia acabou por dar razão à família e permitiu que a criança fosse aceite

Uma criança de cinco anos foi proibida de ir à escola porque o medicamento que toma para controlar as convulsões relacionadas com o Síndrome de Dravet é composto por canábis. O tribunal deu razão à família e a menina vai poder voltar à escola.

Brooke Adams tem Síndrome de Dravet e, por isso, corre o risco de a qualquer momento ter convulsões, que podem provocar danos sérios se não forem controladas rapidamente. O que ajuda a menina a controlar os sintomas da doença é um medicamento à base de óleo de canábis.

A Distrital Escolar de Rincon Valley, na Califórnia, anteriormente previa os custos de uma escola privada e de uma enfermeira que acompanhava Brooke, para poder administrar o medicamento caso fosse necessário. No entanto, quando os pais reuniram com a administração distrital com o objetivo de a transferir para a escola básica, a criança foi recusada. Tudo por causa do medicamento que Brooke toma.

“A diretora Cathy Myhers garantiu que gostava de ter Brooke na instituição”, disse a advogada da escola à CNN, no entanto a administração da escola tinha dúvidas sobre a legalidade de ter um aluno com medicamentos à base de canábis no recinto escolar.

Como forma de compensação, Ricon Valley ofereceu à família uma hora de ensino doméstico por dia e a presença de uma enfermeira para acompanhar a criança. Porém a família queria que Brooke fosse ao infantário para poder interagir com outras crianças e desenvolver a sua capacidade de sociabilizar.

Por isso, decidiram ir a tribunal. Enquanto a escola mantinha o mesmo argumento de que não era possível ter medicamentos à base de canábis no perímetro da escola, a família e o médico da criança mostraram que Brooke não pode estar sem o seu medicamento. O médico Joseph Sullivan depôs que sem um tratamento imediato, Brooke poderia ficar com consequências físicas por causa das convulsões.

O tribunal decretou que não haveria qualquer problema de tanto a criança como a enfermeira entrarem no perímetro da escola “se seguirem os mesmos procedimentos na escola básica que tinha na pré-escola".