Imagem de jovem palestiniano torna-se viral

Fotografia faz lembrar imagem icónica da Revolução Francesa

Uma fotografia do conflito israelo-palestiniano está a tornar-se viral nas redes sociais devido às semelhanças com uma das representações da Revolução Francesa mais icónicas do mundo.

Na imagem, captada pela lente do fotojornalista Mustafa Hassona na segunda-feira passada, vemos um jovem palestiniano de tronco nu com a camisola amarrada à cintura, bandeira palestiniana numa mão e uma fisga na outra.

As comparações com o quadro La Liberté guidant le peuple (em tradução livre: A liberdade guiando o povo), do pintor Eugène Delacroix, são inevitáveis, até a nuvem de fumo é comum nas duas imagens.

No quadro, uma comemoração da revolução de julho de 1830 em França, vemos uma mulher, que representa a Liberdade, a guiar o povo por cima dos corpos dos derrotados, empunhando numa mão a bandeira tricolor da Revolução Francesa e na outra um mosquete com baioneta.

A semelhança visual levou também a que se fizessem analogias entre as duas situações, a Revolução Francesa e o conflito israelo-palestiniano. O jovem, um anónimo até agora, tornou-se um símbolo da resistência palestiniana contra o bloqueio israelita.

A'ed Abu Amro tem 20 anos e, segundo a Al Jazeera, todas as semanas, desde há dez anos, participa em protestos contra o bloqueio imposto à Faixa de Gaza e, desta vez, nem se apercebeu que estava um fotógrafo ao seu lado.

Foram os amigos que o alertaram para as milhares de partilhas da imagem. "Fiquei surpreendido por esta fotografia minha se ter tornado viral", afirmou A'ed Abu Amro.

"A bandeira é a mesma que levo sempre para todos os protestos em que participo. Os meus amigos até gozam comigo, dizem que era mais fácil atirar pedras sem ter uma bandeira na outra mão, mas habituei-me a ela", acrescentou.

O jovem disse mesmo que se morrer durante um destes protestos quer ser enrolado na mesma bandeira.

"Estamos a exigir o nosso direito a regressar e a protestar pela nossa dignidade e pela dignidade da geração futura", justificou A'ed Abu Amro.