Menino afegão a quem Messi ofereceu uma camisola vive na rua

A história de Murtaza Ahmadi correu mundo, mas foi recusado asilo à sua família para vir para a Europa

Lembra-se do menino afegão que usou uma camisola feita de plástico com o nome de Messi? Na altura a história correu mundo e o próprio craque do Barcelona entregou ao pequeno Murtaza Ahmadi uma camisola oficial da seleção da Argentina. Dois anos depois a criança de sete anos vive na rua.

O sonho de conhecer o ídolo foi concretizado em dezembro de 2016 quando Lionel Messi foi entregar pessoalmente a camisola da seleção argentina autografada ao jovem que estava, na altura, no Qatar.

No entanto, dois anos depois, Murtaza e a família vive agora na rua. No início de novembro os talibãs irromperam na região de Jaghori, uma das zonas mais seguras do Afeganistão, forçando quantos lá viviam a fugir – incluindo o menino, os pais e os quatro irmãos. A família vive agora num edifício da capital afegã, Cabul, que acolhe refugiados, avança a agência EFE.

"Tenho muitas saudades da minha casa em Jaghori. Aqui não tenho bola e não posso jogar futebol ou sair à rua", conta a criança à EFE, acrescentando que deixou as duas camisolas que recebeu de Messi na antiga casa.

Humayoon Ahmadi, um dos irmãos mais velhos de Murtaza, com 17 anos, conta que "depois de Murtaza ter conhecido Messi no Qatar, a situação voltou a piorar”. “Vivíamos com medo porque as pessoas pensavam que o Messi nos tinha dado um monte de dinheiro", acrescenta.

A família de Murtaza tentou pedir ajuda à ONU para receber asilo na Europa em 2016, no entanto o pedido não foi aceite e foram obrigados a regressar ao Afeganistão.