Em 2018, Porto foi a cidade que registou um maior aumento no preço das casas

No terceiro trimestre, em Portugal, o preço das casas registou um crescimento de 15,6% face a 2017

No terceiro trimestre do ano de ouro do imobiliário, o preço das casas aumentou 15,6%. A procura por casas de gama alta, por parte de estrangeiros, e para uso turístico, assim como o despertar do mercado interno são apontadas como as principais razões.

Segundo o Índice de Preços Residenciais da Confidencial Imobiliária, o Porto foi o concelho onde o aumento dos preços foi mais significativo , 28,8% face a 2017. 

“A cidade deu um salto em termos de potencial de valor”, afirmou Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliária. “Não há memória de valores deste género”, afirmou. 

Face ao trimestre passado, os preços na cidade aumentaram 7,4%, um boom que se deve maioritariamente ao aumento dos investimentos para fins turísticos e com a reabilitação de gama alta. Uma evolução positiva que acontece desde o final de 2017.

Na restante área metropolitana do Porto, a subida foi mais contida e situou-se nos 18,4%. “Observou-se uma subida anual em alta face aos patamares atingidos no trimestre anterior, oscilando agora entre os 12,9% de Espinho e os 22,9% de Vila do Conde”, explica o relatório. 

O estudo que monitoriza 278 municípios de Portugal continental afirma que “o crescimento homólogo manteve-se acima dos 10% no trimestre”, por parte de cerca de 90 concelhos e que, deste número, “cerca de duas dezenas apresentam valorizações superiores à média nacional”. “Lisboa, Porto e as respetivas coroas metropolitanas continuam a exibir as valorizações mais expressivas”, pode ler-se. 

Na capital, o crescimento varia entre os 10% e os 25%, uma vez que zonas como Lisboa, Cascais e Oeiras registam uma “tendência de suavização”, que apresentam níveis de preço mais elevados e onde, não obstante, a valorização mantém-se em níveis muito expressivos”, com 18,6%; 24,9% e 16,7% respetivamente. 

Os preços em zonas como Odivelas ou Setúbal aumentaram 21,6% e 9,7%, “fruto da crescente dispersão do investimento na construção de nova habitação para a segunda coroa de Lisboa”, pode ler-se no relatório que explica que  “as subidas anuais continuam em aceleração, tendo acentuado em 12 dos 15 mercados”.

A curto prazo, a cidade apresentar uma suavização da subida dos preços uma vez que apenas Setúbal e Sintra não apresentaram “taxas de variação trimestral abaixo ou em linha com as verificadas no trimestre anterior”.

Venda de casas aumenta

Entre janeiro e dezembro o número de casas vendidas aumentou 15% a 20% em relação ao ano passado, que se reflete no total de 180 mil casas. As estimativas da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) apontam também uma média de venda diária de 500 casas.

Até setembro de 2018 tinha sido vendidas 153 mil habitações.