Os acionistas da Cimangola desmentem ter sido confiscados pelo Estado angolano. Esta é a reação da cimenteira à notícia publicada pelo Club- K.net, garantindo que a empresa sempre se mostrou disponível para esclarecer todas as questões, não tendo sido contactados pelo site. De acordo com os acionistas, as informações divulgadas são incorretas, desinformam a opinião pública e colocam a empresa no centro das atenções de forma negativa e tendenciosa.
Em comunicado, a empresa fez saber que a CIMINVEST, em 2006, comprou as ações da portuguesa CIMPOR na Nova Cimangola, tendo-se financiado através de fundos próprios e com recurso a um financiamento bancário celebrado com o Banco Millennium BCP. Assim, o valor do investimento realizado pela CIMINVEST foi de 74 milhões de dólares, adquirindo desta forma os 49% do capital da Nova Cimangola.
E acrescenta que em 2014 os acionistas aprovaram o projeto de construção da nova fábrica, com um investimento acima de 400 milhões de dólares, financiado por; (i) capitais próprios dos acionistas; (ii) por um contrato de suprimentos do sócio Cimangola U.E.E., no montante de 11.182.400.000 AKZ (o qual vence juros e está em situação regular, sem qualquer incumprimento). Este valor é equivalente a cerca de 28% do financiamento total da nova fábrica e (iii) por um financiamento de Sindicato Bancário composto por bancos estabelecidos em Angola: Banco BIC, Banco Millennium Angola, Banco Caixa Angola, Banco de Fomento de Angola, Banco de Negócios Internacional, Banco Keve e Banco Montepio Geral, no montante de 287 Milhões de USD (duzentos e oitenta e sete milhões de dólares americanos). A empresa informa ainda «os clientes e público em geral que é falsa a notícia (do Club-K.net) e que não existe processo algum de confisco da Nova Cimangola».
A privatização parcial da Nova Cimangola
No comunicado, a empresa acrescenta que na década de 90, o Estado Angolano vendeu 49% das ações da Nova Cimangola, S.A. a acionistas estrangeiros privados, do Grupo HOLCIM, da Noruega, passando assim a Cimangola U.E.E. – Empresa pública angolana, em representação do Estado, a deter apenas 51% das ações da Nova Cimangola.
Além disso, em 2002, foi realizado um aumento de capital da Nova Cimangola, tendo o Grupo HOLCIM acompanhado este aumento de capital, e a Cimangola U.E.E. optado por não o subscrever. Desta forma, cede o capital a favor do Banco BAI, que passa a deter 9,52%, e de seis acionistas particulares minoritários, que passam a deter, cada um, uma representação de menos de 1% das ações.
Em terceiro lugar, em 2004, o Grupo HOLCIM da Noruega, realizou um acordo com a empresa portuguesa CIMPOR, para vender a participação que detinha na Nova Cimangola. Este processo despoletou um litígio junto dos restantes acionistas, em particular com o Estado Angolano, uma vez que não foram previamente consultados.
A empresa argumenta que o período de litígio entre a CIMPOR e o Estado Angolano, durou cerca de 2 anos e terminou com um acordo, disponibilizando-se a CIMPOR a sair da Nova Cimangola e a vender as suas ações pelo valor de 74 milhões de dólares.
A CIMPOR colocou a sua participação à venda no mercado internacional, e realizou consultas para encontrar compradores. Neste sentido, houve um contacto pessoal do Pedro Teixeira Duarte, acionista principal da Cimpor, com Isabel dos Santos, informando a sua pretensão de querer vender as ações na Nova Cimangola .
A CIMINVEST, empresa resultante da parceria entre o Grupo de Isabel dos Santos e o Grupo Amorim, manifestou o seu interesse na compra desta participação.
É assim formalizado um acordo entre a CIMINVEST e a CIMPOR, para venda das suas ações na Nova Cimangola pelo valor de 74 milhões de USD, esclarece o comunicado, que acrescenta que este acordo foi dado a conhecer aos outros acionistas, que dispensaram o exercício do direito de preferência.
Assim, a CIMINVEST comprou as ações da CIMPOR na Nova Cimangola, tendo-se financiado através de fundos próprios e com recurso a um financiamento bancário celebrado com o Banco Millennium BCP. O valor do investimento realizado pela CIMINVEST foi de 74 Milhões de USD, adquirindo desta forma os 49% do capital da Nova Cimangola, em Dezembro de 2006.
Esta nova estrutura acionista da Nova Cimangola redefiniu a estratégia da empresa e fez importantes investimentos na modernização e aumento da sua capacidade produtiva, sublinha o documento.
Em dezembro de 2009 foi efetuado um novo aumento de capital na Nova Cimangola, integralmente realizado com a entrada de fundos por parte dos acionistas, não tendo o mesmo sido acompanhado pela Cimangola U.E.E., que viu assim a sua participação reduzida para os 28,13%, lê-se no documento, que acrescenta: desde 2009 foram investidos mais de 60 milhões de dólares em moinhos de cimento e cerca de 400 milhões de dólares numa nova unidade industrial de fabricação de clínquer.
E com os novos investimentos foram criados cerca de 220 postos de trabalho diretos, e eliminadas as importações de clínquer em cerca 50 milhões de dólares por ano, reduzindo significativamente o uso de divisas, e contribuindo para crescimento o da Indústria Nacional.
Projetos de modernização
Já sobre o processo de modernização da Nova Cimangola, a empresa garante que este materializou-se através de investimento no aumento da capacidade de produção na fábrica existente; e na construção de uma nova unidade industrial de produção de clínquer e cimento.
E acrescenta a empresa que, em 2014, os acionistas aprovaram o projeto de construção da nova fábrica, com um investimento de mais de 400 Milhões de USD financiado por capitais próprios, por um contrato de suprimentos do sócio Cimangola U.E.E., no montante de 11.182.400.000 AKZ, e ainda por um financiamento do sindicato bancário composto por bancos estabelecidos em Angola: Banco BIC, Banco Millennium Angola, Banco Caixa Angola, Banco de Fomento de Angola, Banco de Negócios Internacional, Banco Keve e Banco Montepio Geral, no montante de 287 milhões milhões de dólares.
Os contratos de financiamento bancário e o de suprimentos estão em situação regular, não existindo mora ou incumprimento, garante a empresa, que assegura também que está em cumprimento com todas as suas obrigações financeiras, perante as instituições financeiras e perante o Estado.
Mais acrescenta ainda que a Nova Cimangola tornou-se uma empresa de referência em Angola e internacionalmente pela qualidade dos seus produtos, continuando a fazer investimentos que sustentem o seu futuro e que promovam o desenvolvimento do País, apostando na formação de trabalhadores nacionais.
E, sublinha o documento, a Nova Cimangola tem dado contributos permanentes ao Executivo, à Associação da Indústria Cimenteira de Angola (AICA), e às restantes empresas produtoras de cimento para criar soluções que protejam os interesses superiores do setor e do país: o trabalho da AICA tem permitido a dinamização do setor cimenteiro, que inclui projetos de construção de estradas em cimento, de utilização de combustíveis alternativos derivados de resíduos, de aumento de exportações de cimento e de clínquer, e de substituição de importações por produção Nacional, para reduzir a dependência de importações de matérias-primas, peças de reparação e combustíveis.
O documento termina com a afirmação de que a Nova Cimangola é uma empresa cumpridora das leis em vigor em Angola, não tendo situações de litígio ou incumprimento perante o Estado Angolano.