Massagens, camarão, porco no espeto e lanches no local de trabalho. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), tudo valeu para aliciar os trabalhadores e convencê-los a não participarem na greve do passado dia 1. Apesar disso, o CESP garante que este foi o protesto «com maior adesão nos últimos anos».
«Apesar das ‘ofertas’ de vouchers para massagens, almoços de camarão cozido e porco no espeto, muitos milhares de trabalhadores, que sabem que não há almoços grátis, mantiveram-se firmes, participaram ativamente em dezenas de piquetes de greve e aderiram massivamente à luta», refere a nota do sindicato enviada às redações.
O CESP garante que a greve levou ao encerramento de «dezenas de lojas e armazéns» e que alguns estabelecimentos estiveram a funcionar com balcões encerrados.
Recorde-se que os trabalhadores dos supermercados exigiam aumento de salários, o encerramento do comércio no 1.º de Maio e em todos os domingos e feriados, e a negociação do Contrato Coletivo de Trabalho, «que se encontra em negociação, bloqueado pelos patrões, há mais de 31 meses».
APED pouca surpreendida
Mas nem todos tiveram a mesma perceção do que aconteceu no Dia do Trabalhador. Numa nota citada pelo jornal i, a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) diz ter ficado «pouco surpreendida com fraca e residual participação na greve» por parte dos mais de 130 mil trabalhadores das empresas que integram esta associação.
«As lojas de retalho alimentar e não alimentar estão a funcionar com normalidade, dentro dos habituais horários de funcionamento previamente estabelecidos para este dia», refere o comunicado.
A APED lembra ainda que está a decorrer «a negociação dos termos e condições do Contrato Coletivo de Trabalho. A associação lamenta, por isso, que os sindicatos voltem a apelar à greve num momento em que se procura, mais uma vez, reforçar a tentativa de conciliação entre trabalhadores sindicalizados e empresas».
Dia de grandes campanhas
O 1 de Maio é, por norma, um dia de grandes descontos nos supermercados. Mas nada superou a campanha do Pingo Doce em 2012, que dava um desconto de 50% em compras acima dos 100 euros. A PSP registou na altura 50 participações, inúmeros desacatos e até feridos.
Este ano, a cadeia aproveitou para lançar o ‘Festival da Poupança’, com uma duração de nove dias. No Dia do Trabalhador, era possível poupar duas vezes o valor do IVA. Segundo fonte oficial da Jerónimo Martins citada pelo i, «a greve não afetou de todo a campanha».