A acusação vem de Vítor Teles, um dos autores da proposta de pintar passadeiras da cor do arco-íris em Arroios, para marcar o dia de luta contra a homofobia e transfobia.
Vítor Teles – advogado e atual membro independente da Assembleia de Freguesia de Arroios depois de se ter desfiliado do CDS – foi um dos criadores da proposta do CDS de Arroios para pintar passadeiras com a cor do arco-íris na Avenida Almirante Reis, de modo a assinalar o dia de luta contra a homofobia e transfobia no próximo dia 17 de maio. Teles desmentiu que o partido não tivesse conhecimento prévio da proposta.
“É igualmente MENTIRA que o CDS não tivesse 'conhecimento prévio' das propostas que iriam ser apresentadas na Assembleia de Freguesia de Arroios a 29 de Abril”, diz numa publicação no seu Facebook. E explica que a 24 de abril “foi dado conhecimento por e-mail ao Senhor Presidente da Concelhia de Lisboa do CDS, Diogo Moura, de todas as recomendações que iriam ser apresentadas na Assembleia de Freguesia de Arroios a 29 de Abril” e que essas recomendações “não sofreram qualquer reparo, crítica ou desaprovação por parte do Presidente da Concelhia do CDS que se remeteu ao silencio”.
Além disso, Vítor Teles, na mesma publicação, questiona ainda o porquê de o CDS na Câmara Municipal de Lisboa não ser contra a criação de medidas inclusivas da comunidade LGBTI na freguesia de Arroios. “No recente caso das passadeiras arco-íris, o CDS veio publicamente demarcar-se da iniciativa dos seus autarcas em Arroios por não se rever em semelhantes ações”, escreve, afirmando que é mentira que o partido não se reveja neste tipo de iniciativas, uma vez que em fevereiro deste ano os vereadores do CDS na Câmara Municipal de Lisboa votaram a favor da criação da Casa da Diversidade e do Centro de Acolhimento LBGTI, também naquela freguesia.
E pede explicações: “Importa então que o CDS explique porque na Câmara Municipal de Lisboa está de acordo com a criação na freguesia de Arroios de medidas destinadas a apoiar as comunidades LGBTI e de combate à não discriminação e violência de minorias e 'não se reveja' na iniciativa dos seus autarcas de se assinalar naquela mesma freguesia o dia internacional de luta contra a homofobia e transfobia”, afirma.
Recorde-se que na semana passada o CDS, através de uma nota interna assinada por Assunção Cristas e Diogo Moura, revelou que não tinha conhecimento prévio da proposta. “Relativamente a uma recomendação, sem carácter vinculativo, apresentada pelos eleitos pelo CDS em Arroios, importa esclarecer que a mesma não vincula o CDS Lisboa nem a Direção Nacional do partido, que de resto não tiveram qualquer conhecimento prévio e muito menos assentiram”.