Berardo queixa-se de ser bode expiatório da Caixa Geral de Depósitos

Empresário está a ser ouvido na comissão de inquérito parlamentar à Caixa Geral de Depósitos

O empresário Joe Berardo diz que foi o bode expiatório “para todos os males” da Caixa. A afirmação foi feita esta sexta-feira na comissão de inquérito parlamentar à Caixa Geral de Depósitos (CGD).

Através de uma declaração lida pelo seu advogado, o empresário começou por explicar que a sua “situação creditícia” bem como o seu nome “têm servido como justificação de todos os males que afligiram a gestão da CGD nas últimas décadas”.

Quanto às notícias que surgiram nos últimos tempos sobre os bens em seu nome, Berardo afirma que “fizeram crer aos senhores jornalistas que só tinha em meu nome uma garagem, pois grato ficaria que os bancos aceitassem ficar com essa garagem no Funchal em troca de todos os ativos que lhes fui entregando pessoalmente e de boa-fé em garantias de dívidas de instituições que represento numa altura em que foi essencial no sistema bancário nacional que as dívidas não entrassem em incumprimento em virtude da situação dos mercados financeiros e da fragilidade do sistema financeiro português”.

Transmissão no canal do parlamento é “totalmente ilícita”

A comissão de inquérito está a ser transmitida no canal do parlamento. Berardo tinha pedido para não ser filmado pelos órgãos de comunicação social, para salvaguardar a sua imagem. Contudo, relativamente à transmissão do canal do parlamento, o presidente da comissão não aceitou o pedido de Berardo.

A defesa do empresário considerou que a transmissão é “totalmente ilícita”, mesmo sendo feita no canal do parlamento. “A partir deste momento, qualquer gravação de som e imagem não tem autorização do meu constituinte sem prejuízo da gravação para efeitos legais”, defendeu.