Deputada do PAN demite-se após ser acusada de xenofobia por falar da forma como ciganos tratam cavalos

PAN reagiu em comunicado e lamenta referência étnica

Deputada do PAN demite-se após ser acusada de xenofobia por falar da forma como ciganos tratam cavalos

A deputada municipal do PAN ( Pessoas – Animais – Natureza) na Moita, Fátima Dâmaso, demitiu-se depois de uma recomendação sobre maus-tratos a cavalos ser considerada xenófoba pelos restantes deputados da assembleia municipal.

“Aqui na Moita verifica-se que existe uma etnia que se multiplicou e que todos os dias se passeia pela Moita e arredores, [com os elementos] empilhados em cima de carroças puxadas por um único cavalo subnutrido, espancado, a desfazer-se em diarreias por não ser abeberado e alimentado sequer e que, por vezes, caem na via pública, não suportando mais”, referia o parágrafo da recomendação que gerou polémica.

Apesar de nunca usar a palavra ciganos, Fátima Dâmaso foi imediatamente acusada de xenofobia para com a etnia cigana.

Em comunicado o PAN reagiu à polémica e admitiu que a frase proferida pela deputada em questão tem uma “referência étnica que o partido condena e da qual se desvincula total e perentoriamente”. O partido liderado por André Silva lamenta “profundamente a situação" e pede desculpa a todos os que se possam ter sentido “discriminados ou desidentificados com esta referência imprópria".

O PAN realça ainda que a referência em causa é "contra os princípios defendidos pelo PAN" e que os valores do partido "se pautam pela igualdade plena e pela não-discriminação".

Assim, a Comissão Política Permanente contactou de imediato Fátima Dâmaso, que colocou o cargo à disposição. A demissão foi aceite "uma vez que não existem condições políticas para a prossecução das suas funções".

"Apesar de serem legítimas e reais as preocupações em relação a maus tratos a animais num contexto de alto desgaste local por continuadas denúncias ignoradas pela lei e pelas autoridades, tal facto em nada se interliga com grupos, comunidades ou determinadas etnias, mas sim com comportamentos individuais que carecem de sensibilização e com vazios legais que têm de ser resolvidos com urgência", refere a nota do PAN.