Militar com 39 quilos de cocaína obriga Bolsonaro a parar em Portugal

A detenção do militar ocorreu em Sevilha, quando Bolsonaro ia a caminho da cimeira do G20, no Japão. Terá sido esse o motivo do desvio do Presidente, que acabou por fazer escala em Portugal.

Um militar que tripulava um avião de apoio à comitiva do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, foi detido na manhã de terça-feira, em Sevilha, por suspeita de tráfico de droga. As autoridades espanholas informaram a AFP que o sargento da Força Aérea brasileira terá sido apanhado em flagrante com 39 quilos de cocaína, divididos em 37 pacotes na sua mala, enquanto Bolsonaro se preparava para fazer escala em Sevilha, a caminho da cimeira do G20, no Japão.  O incidente levou o Presidente do Brasil a alterar a sua rota, acabando por seguir para Portugal, parando na base aérea de Figo Maduro.

Bolsonaro assegurou no Twitter: “Determinei ao Ministro da Defesa imediata colaboração com a polícia espanhola na pronta elucidação dos factos, cooperando com todas as fases da investigação”. Não se sabe ainda quem será o sargento detido, tendo a BBC News Brasil apurado que terá 38 anos e as iniciais M.S.R. Na sua mala “havia apenas drogas”, disse um porta-voz da polícia sevilhana à AFP. O militar brasileiro terá sido apanhado num controlo alfandegário de rotina. Agora, está em prisão preventiva e será apresentado a tribunal ainda hoje, acusado de delito contra a saúde pública – uma categoria em que entra o tráfico de drogas em Espanha, segundo a AFP.    

A oposição brasileira não deixou de apontar o dedo a Bolsonaro, que defende uma política dura no que toca à segurança e à atuação policial. Lembrando que um deputado próximo do Governo propôs que os estudantes fizessem exames toxicológicos para entrar na universidade, o antigo ministro da saúde dos governos de Lula da Silva e Dilma Roussef sugeriu “o mesmo procedimento em comitivas de aviões presidenciais”.