Bombeiros portugueses que ajudaram durante cheias de Moçambique ainda não receberam

Em causa estará uma dívida de 35 mil euros para com os operacionais que ajudaram as vítimas do ciclone Idai. Ainda no que respeita a pagamentos, o Governo ainda não pagou o apoio financeiro para a educação dos filhos até aos seis anos dos bombeiros voluntários, promulgado em maio do ano passado.

Bombeiros portugueses que ajudaram durante cheias de Moçambique ainda não receberam

Os bombeiros profissionais e voluntários portugueses que em março do ano passado viajaram para Moçambique para ajudar as vítimas do ciclone Idai ainda não foram pagos, avança o Jornal de Notícias esta quarta-feira.

Segundo o mesmo jornal, em causa estará uma dívida de 35 mil euros para com as três dezenas de bombeiros que participaram nas operações de resgate e apoio à população da região da Beira, uma das mais afetadas pela passagem do Idai.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) esclareceu ao Jornal de Notícias que "não estão em causa remunerações, mas sim abonos devidos a título de ajudas de custo por deslocação ao estrangeiro" e justificou o atraso com o facto de os operacionais não terem "vínculo permanente de emprego público".

A ANEPC disse ainda estar a desenvolver "todos os esforços com vista à autorização do pagamento". 

Também esta quarta-feira, o jornal Público avançou que o Governo ainda não pagou o apoio financeiro para a educação dos filhos até aos seis anos dos bombeiros voluntários, promulgado em maio do ano passado, devido "ao espírito de voluntariado, sacrifício, generosidade e abnegação que os bombeiros voluntários demonstram", bem como a disponibilidade para o desempenho de uma missão pública.

"Mais uma vez o Governo promete, decreta e, depois, nada faz para cumprir o que acordou", disse Marta Soares, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), em declarações ao jornal, acrescentando que o Governo "ainda não disponibilizou um cêntimo".

"Temos feito várias reclamações, nomeadamente junto do ministro da Administração Interna, que diz que quer avançar, que quer pagar, mas depois nada faz para pagar. Em breve vamos ter mais uma reunião de um grupo de trabalho, mas a verdade é que o ano letivo já começou e os bombeiros voluntários ainda não receberam nada do que têm direito", disse Marta Soares.