Governo russo cai com demissão de primeiro-ministro

O anúncio foi feito ao lado do Presidente, Vladimir Putin.

O Governo russo caiu, esta quarta-feira, depois de primeiro-ministro se demitir. O anúncio foi feito ao lado de Vladimir Putin. "Nós, como Governo da Federação russa, devemos dar ao Presidente os meios para tomar todas as medidas necessárias. Por isso, (…) todo o Governo renuncia", anunciou Medvedev, segundo a agência russa Tass.

O Presidente russo agradeceu ao primeiro-ministro pelo trabalho desenvolvido desde 2012, sublinhando, no entanto, que houve objetivos traçados pelo gabinete de Dmitri Medvedev que ficaram por cumprir. Vladimir Putin pediu, no entanto, que o gabinete em funções continuasse o seu trabalho até que seja nomeado um novo primeiro-ministro.

A demissão do primeiro-ministro surge depois de Putin ter proposto alterar a Constituição do país, de forma a que os membros do governo tenham mais poder. A proposta é vista, segundo o Telegraph, como um esforço de Putin para criar uma nova posição de poder para que, aquando do término do seu mandato atual como Presidente, em 2024, este possa permanecer no poder.

Putin propôs, entre outras coisas, o reforço dos poderes regionais, proibição dos membros do governo e juízes de obterem residência no estrangeiro. O Presidente pretende também colocar a obrigação de os candidatos à Presidência terem vivido na Rússia durante, pelo menos, os últimos 25 anos.

Vladimir Putin, Presidente desde 2000, é constitucionalmente proibido de ser reeleito no ano em que termina o seu mandato. Com alterações constitucionais que possibilitem que este seja novamente primeiro-ministro ou que tenha outro cargo ligado ao parlamento, Vladimir Putin poderá, mesmo que longe da Presidência, assumir um cargo de importância no regime.

Quanto às alterações planeadas por Putin, que darão mais poder aos membros do parlamento, os poderes do futuro Presidente serão, consequentemente, restringidos. Estas alterações são, segundo Putin, citado pelo Telegraph “do interesse dos russos”. “Eu penso que estas propostas se justificam devido à maturidade dos nossos principais partidos políticos e da autoridade da sociedade civil”, afirmou o Presidente.