O ex-deputado socialista Henrique Neto defende que a esquerda deve apresentar um candidato forte nas próximas eleições presidenciais. O ex-candidato à Presidência da República entende que Marcelo “adormece o país” e que Ana Gomes seria uma boa solução. “Ele adormece o país. É muito inteligente, mas é medroso e não vai mudar. Seria muito mau que o país não tivesse nas próximas eleições uma candidatura de esquerda”, afirma ao i o empresário.
Henrique Neto alinha com aqueles que já defenderam publicamente que a ex-eurodeputada Ana Gomes deveria candidatar-se a Belém. “É uma pedrada no charco. Nas próximas eleições, o país deve ter uma candidatura à esquerda que possa dar algumas garantias de mudança. Todo o passado de Ana Gomes prova que ela dificilmente ficará calada”, diz Henrique Neto, que abandonou o PS em rutura com António Costa.
A candidatura de Ana Gomes foi lançada por Francisco Assis com o argumento de que “não há personalidade em melhores condições para ser candidata à Presidência da República”. O socialista defendeu que “era bom que a esquerda democrática tivesse um candidato”.
A ex-eurodeputada socialista recebeu outros apoios dentro do PS, mas garante que não quer avançar. “Eu não quero. Não sou candidata a nada. Ponto. A nada. Sou uma reformada irreformável”, afirmou, no último sábado, em entrevista ao semanário SOL.
António Costa desvalorizou as presidenciais com o argumento de que é praticamente certa a reeleição de Marcelo Rebelo de Sousa. Numa entrevista ao Jornal de Notícias, o secretário-geral do PS defendeu que se o atual Presidente da República se recandidatar, as próximas eleições não irão suscitar “particular emoção”, porque “há 99% de possibilidades de o atual Presidente, apresentando-se como candidato, vir a ser reeleito”.
O PS tem três hipóteses em cima da mesa: apoiar um candidato próprio da área socialista, dar liberdade de voto aos militantes ou apoiar o atual Presidente da República. Nas últimas eleições, António Costa optou por não apoiar nenhuma das candidaturas.
Marcelo Rebelo de Sousa já deu a entender que deverá ser recandidato, mas só tomará uma decisão definitiva no final do ano. “É uma decisão que eu tomarei lá para novembro”, disse, há uns dias, o Presidente da República.