Eutanásia. “Vamos resistir, e se for preciso, dando a palavra ao povo”

O CDS é contra a despenalização da eutanásia e apoiará o referendo. No PSD, o tempo foi dividido a duas vozes; uma favor e outra contra.

Na sua estreia como líder parlamentar do CDS, Telmo Correia, considerou esta quinta-feira que a aprovação da despenalização da eutanásia é "um sinistro retrocesso civilizacional".

Telmo Correia acrescentou que a "resistência não só é legítima como obrigatória". 

Numa troca de argumentos com o deputado Pedro Delgado Alves, do PS, como do deputado Moisés Ferreira, do Bloco (o BE cedeu 30 segundos ao CDS para lhe responder), Telmo Correia acabou por esclarecer que a resistência passaria por "dar a palavra ao povo". "Vamos resistir, e se for preciso,dando a palavra o povo".

Telmo Correia lembrou ainda que, falando com médicos, tem hoje mais soluções para minimizar a dor e recordou a resposta de um especialista holandês ( na Holanda a despenalização é legal desde 2002) a apelar aos portugueses para não cometerem os mesmos erros do seu país. Na bancada do BE, José Manuel Pureza respondeu: claro.

Antes, assistiu-se ao momento algo inédito no Parlamento com o PSD a dividir o seu tempo a duas vozes: António Ventura ( contra a despenalização) e André Coelho Lima ( a favor).  Os sociais-democratas têm liberdade de voto, o seu líder votará a favor, e os dois deputados realçaram, nas suas intervenções, a liberdade e pluralidade interna do partido.

André Coelho Lima, que é vice de Rui Rio, defendeu que o que está em causa é o " direito da autodeterminação sobre a nossa própria vida".

Já António Ventura deixou alerta sobre a aprovação da despenalização, admitindo que possa "ganhar asas", ou seja, que mais à frente se pretenda alargar o processo