SIPE alerta para condicionantes ao funcionamento do terceiro período escolar

Sindicato Independente dos Professores e Educadores apoia medidas anunciadas pelo Governo mas deixa três alertas

O Sindicato Independente dos Professores e Educadores (SIPE), divulgou, esta quinta-feira, um comunicado, onde apoia as medidas anunciadas pelo Governo para o funcionamento do terceiro período escolar do ano letivo de 2019/2020 em contexto de pandemia de covid-19, mas deixa três alertas.

"As escolas só devem ser reabertas se a Direção Geral de Saúde considerar que há segurança"; deve "haver o reforço das tecnologias para cada aluno e professor"; e não devem, neste contexto, "ser ministrados conteúdos novos no ensino básico e os conteúdos para os exames têm de ser dados de forma presencial", pode ler-se na nota enviada às redações.

Assim, o SIPE avisa que a possibilidade de abertura das escolas para o 11.º e 12.º ano até ao final do presente ano letivo só deve ser concretizada caso a Direção Geral de Saúde considere que estão reunidas as condições para isso. "Neste contexto, e visto que, mesmo nessas circunstâncias, a pandemia não estará totalmente controlada, as turmas devem ser divididas em duas ou três de forma a manter o distanciamento dentro da sala de aula e nos corredores, e terão aulas em semanas alternadas", escreve.

O SIP sublinha também que neste momento é importante prestar atenção às desigualdades, pelo que o Ministério da Educação terá que dar resposta a quem não tem meios para que o processo de aprendizagem seja feito com sucesso.

"O Ministério da Educação, em parceria com o poder regional e o poder local, deverá proporcionar a cada aluno os meios tecnológicos necessários. Pensamos ser esta a forma mais rápida e também mais viável, sob o ponto de vista pedagógico, uma vez que permite interação e feedback. Não nos podemos esquecer que muitos dos nossos alunos não têm retaguarda familiar, nem acesso à internet ou às novas tecnologias", escreve.

Já no que respeita ao ensino básico e na avaliação dos alunos, nomeadamente na atribuição das notas do 3.º período, defende que não devem ser ministrados  conteúdos programáticos novos neste período, sob pena de agravar a exclusão social: "A aposta deverá ser no reforço das aprendizagens já efetuadas e na sistematização dos conhecimentos já adquiridos. O esforço, dedicação e motivação dos alunos deverá ser valorizada, considerando as condicionantes individuais e dos alunos no reflexo da nota do 3.º período. Os exames devem ser adaptados às matérias dadas presencialmente".

No entendimento do SIPE, a continuidade do ano letivo 2019/20 é importante, mas só faz sentido se estiverem reunidas as condições de prevenção do covid-19, e se forem estabelecidas medidas universais de forma a promover a equidade social. "Assim, consideramos também que o início do próximo ano letivo não tem necessariamente de acontecer durante o mês de setembro pode perfeitamente acontecer apenas no mês de outubro"., remata.