Marcelo espera que esta seja a a última renovação do estado de emergência que assina

“Estamos agora mais próximo do fim de abril, o mês decisivo para ganharmos a 2.ª fase”, começou por dizer o Presidente da República. 

Marcelo Rebelo de Sousa assinou esta quinta-feira a 2.ª renovação do estado de emergência, que, em direto de Belém, disse desejar que fosse a última.

"Estamos agora mais próximo do fim de abril, o mês decisivo para ganharmos a 2.ª fase", começou por dizer, salienatndo que Portugal está a ganhar esta fase.

"Empresas industriais retomaram o seu trabalho, até dentro da cerca sanitária de Ovar, comércio e serviços que puderam ajustaram-se e reagiram à crise", afirmou o Presidente da Repúblicando, explicando que estas atividades eram "uma parte da economia real a mostrar que queria avançar em conjunto com o combate pela vida e pela saúde".

Para esta 2.ª renovação do estado de emergência, o Presidente da república aponta três razões, que considera "essenciais".

"A nossa tarefa nos lares não desperdiçou um minuto, mas precisa de mais algum tempo", apontou Marcelo como a primeira razão para esta renovação, sublinhando que ainda era necessário detetar, isolar e preservar. Marcelo explicou que esta não era uma questão importante apenas para quem está nos lares, mas também para "quem está cá fora".

Salientando que Portugal é o 4.º país da Europa que "mais testa por milhão de habitantes" e o que o número de infetados está a evoluir de forma positiva, alerta para que é ainda preciso "continuar a estabilizar o número diário de internamentos, em geral, e de internamentso nos cuidados intensivos, em especial".

A última razão pela qual o estado de emergência foi renovado esta quinta-feira foi para dar tempo ao Governo para "estudar e preparar" a abertura gradualda sociedade e da economia, no fim de abril. "Com uma preocupação essencial: criar segurança e confiança nos portugueses para eles possam sair de casa" e ir voltando à rotina do dia-a-dia "sem passos precipitados contraproducentes".

"Não tenham receio", disse Marcelo, dirigindo-se a todos que têm "doenças mais graves". "Ninguém minimiza a vossa entrega de muitas décadas", disse, explicando que "ninguém quer dividir os portugueses" entre aqueles que "resistem e são imprescindíveis" e "os frágeis que são descartáveis".

Marcelo dirigiu-se também aos "os mais jovens dos jovens". "Admiro a vossa capacidade de reagir ao maior e, para muitos, incompreensível choque da vossa vida", disse. O PR garantiu ainda será "o primeiro a testemunhar" como foi essencial o papel de proximidade que os autarcas têm tido.

Marcelo afirmou ainda que "as expetativas suscitadas" para maio e para um possível regresso só dependem do que se conseguir alcançar até ao final de abril. "Isso será medido dentro de duas semanas", explicou, sublinhando que, tal como a maioria dos portugueses, conjuga esperança e dever de cumprimento, "Mas maio tem que ser essa ponte entre o dever e a esperança", afirmou, sublinhando que a confiança "é a palavra-chave". "Retenhamos isto: uma crise na saúde bem encaminhada e uma abertura bem ponderada dão força à economia e à sociedade. Do emprego ao consumo, do investimento ao turismo, da cultura à comunicação social", afirmou, explicando que se ta crise e as aberturas forem menos controladas, podem criar problemas. "À vida, à saúde, e, portanto, à sociedade e à economia", afirmou.

Sublinhando que o processo de contenção é "longo, ingrato e imprevisível", Marcelo alertou para o exist~encia do pensamento de que "o pior já passou". "E tudo isso convida a facilidades tentadoras. Temos de lhes resistir. Temos de evitar a desilusão de, por precepitações em abril, deitarmos a perder maio", alertou, sublinhando que "ainda nos falta o mais difícil". "Como diz o povo, nós não queremos morrer na praia", afirmou.

Marcelo reconheceu ainda que o sucesso que tem sido reconhecido a nível internacional "como um milagre", não é. "É fruto de muito sacrifício", disse, afirmando que este sucesso tem sido resultados de "ouvir os especialistas, ter agido em unidade e ter feito deste combate o combate da sua vida". "Desde logo o primeiro-ministro e, com ele, o Governo, como é justo reconhecer", afirmou, referindo que estas decisões também estievram nas mãos do presidente da Assembleia da República, de todo a Assembleia, dos líderes partidários, dos líderes sociais, dos partidos políticos e dos parceiros económicos e sociais. "Mesmo os que divergem no primeiro e decisivo momento, não se opuseram", acrescentou, dizendo que "é isso que ficará para a História".

Para além dos agentes políticos, Marcelo não esqueceu os que "dedicam tudo, mas mesmo tudo a salvar vidas ou a ajudar os que as salvam e a garantir o básico do nosso quotidiano". "É fruto de todos nós termos estado sempre solidários e mobilizados. Com disciplina, com zelo, com determinação, com coragem. Se isto é um milagre, como os outros lá fora dizem, então nós, povo português, somos um milagre vivo há quase nove séculos. Se isto é um milagre, o milagre chama-se Portugal", concluiu.