Regresso à normalidade começa em maio

Creches, serviços públicos, cabeleireiros e alguns espaços culturais poderão reabrir em maio. Regresso à normalidade possível será feito com “horários desencontrados” e  reforço dos transportes públicos

O Parlamento aprovou o decreto de estado de emergência até dia 2 de maio com a convicção de que foi a terceira e última vez. O Governo já está a trabalhar num plano para o regresso à normalidade possível e a intenção é avançar já no próximo mês com a reabertura de creches, serviços públicos, alguns equipamentos culturais e, por exemplo, cabeleireiros ou algumas lojas.

O primeiro-ministro considerou que “os próximos dias serão decisivos para prepararmos aquilo que vai ser o próximo ano, ano e meio”, em que temos de aprender “a conviver de um modo seguro com o vírus”.

António Costa reafirmou que o regresso à normalidade será feito de uma forma gradual e deu algumas pistas. As creches poderão reabrir já no próximo mês porque são “fundamentais para apoiar as famílias”.

O pequeno comércio de bairro, cabeleireiros e barbeiros também deverão reabrir no mês de maio. A ideia é encontrar “normas específicas de segurança para os profissionais e também para os utentes”.

Nas intenções do Governo está ainda a reabertura dos serviços da administração pública com atendimento presencial e alguns espaços ligados a atividades culturais. Neste caso, os planos do Governo apontam para que os primeiros espaços a reabrir sejam “aqueles locais com lotação fixa e lugares marcados de forma a permitir a reabertura com o distanciamento social necessário”.

António Costa quis deixar claro que o regresso à normalidade não está para breve e só será possível quando existir uma vacina, Até lá, é preciso “tornar abundante os meios de proteção” individual e o primeiro-ministro garantiu que estão criadas as condições para “a massificação das máscaras comunitárias e de produção de gel desinfetante no mercado”.

Uma das maiores preocupações do Governo são os transportes públicos. O levantamento das restrições será, por isso, acompanhado do reforço da oferta de transportes e de uma reorganização do trabalho. Sem especificar como será essa nova organização do trabalho, António Costa explicou que vai ser necessário “encontrar formas de ter horários desencontrados” para que não esteja toda a gente fora de casa ao mesmo tempo.

O teletrabalho é para manter e as empresas deverão organizar-se de forma a minimizar os riscos de contágio. “Vamos contactar as empresas para encontrar melhores formas de organização do tempo de trabalho, trabalhando uns de manhã, outros à tarde, uns uma semana, outros outra semana”, disse o primeiro-ministro.