Sindicato dos Enfermeiros critica Governo por não pagar aumento a pessoal da saúde

Secretário de Estado Lacerda Sales diz que situação salarial ficará resolvido no próximo mês de maio.

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) lamentou que o Governo não tenha conseguido atualizar os salários de abril dos profissionais de saúde já com os aumentos de 0,3% para funcionários públicos ou, no caso das remunerações inferiores a 700 euros, de dez euros, devido a um problema de parametrização do sistema, tal como o i revelou esta terça-feira.

“O Governo impôs, após 10 anos sem qualquer aumento salarial anual, 0,3% para 2020. São 2 euros ilíquidos que significarão um aumento, diríamos de 1,5 euros por mês. Um problema informático, assim justificou o Governo, não permite que os enfermeiros recebam, em abril, estes 1,5 euros”, pode ler-se no comunicado, no qual é desvalorizada a situação monetária e realçado o “impacto emocional”  face ao “trabalho penoso” dos profissionais de saúde “continuamente maltratados” pela tutela.

O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, lamentou esta terça-feira a situação e adiantou que ficará regularizada em maio, tal como o i havia revelado. “Nós lamentamos esta situação, mas desde já que fique claro que esta situação será devidamente regularizada no próximo mês, com retroativos, como é óbvio ao dia 1 de janeiro”, avançou, revelando que “não houve grandes condições do ponto de vista técnico” para se fazerem as alterações entre a saída do decreto-lei, a 20 de março, e a data em que os vencimentos do Ministério da Saúde são processados, 14 de abril.

Entre as críticas do SEP ao Governo, recorde-se, está também o caso dos enfermeiros do hospital de Braga, que se mantêm a receber 1.060 euros, dizendo que até foi pedido auxílio do Presidente da República, mas sem sucesso.

“É mais importante um enfermeiro no Reino Unido do que 168 que trabalham na linha da frente num hospital público em Portugal. Só mesmo o sentido de responsabilidade, o cumprimento do seu código deontológico e a motivação da prestação de cuidados a quem precisa, os doentes, que dá a resiliência a este grupo profissional continuadamente maltratado pela tutela e administrações”, referiu o SEP.