CMVM confima “chumbo” à OPA do Benfica

Em comunicado, CMVM explica que a decisão de indeferimento foi “fundamentada na existência de um vício que afeta a legalidade da oferta”, pois considera que o financiamento da operação tinha origem na própria SAD.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) confirmou esta sexta-feira que chumbou definitivamente a oferta pública de aquisição (OPA) do Benfica à sua própria SAD

Em comunicado, a CMVM informa ter “indeferido o pedido de registo de oferta pública voluntária e parcial de aquisição de até 6.455.434 ações emitidas pela Sport Lisboa e Benfica – Futebol SAD, anunciada preliminarmente pela Sport Lisboa e Benfica, SGPS, SA (“Oferente”) a 18 de novembro de 2019”.

“A decisão de indeferimento, fundamentada na existência de um vício que afeta a legalidade da oferta, decorrente da estrutura de financiamento da contrapartida, extingue o procedimento iniciado com o pedido apresentado a esta Comissão a 22 de novembro de 2019”, lê-se na nota.

Na prática, o regulador considera que os fundos que a Benfica SGPS pretendia utilizar para reforçar a sua posição na SAD tinham origem na própria Benfica SAD.

Recorde-se que esta decisão trata-se apenas da formalização da queda do negócio, uma vez que o Benfica já tinha decidido retirar a OPA no dia 24 de março, apenas um dia depois de ser conhecida a decisão da CMVM de chumbar o negócio, um desfecho que, ainda assim, seria passível de recurso por parte do clube encarnado. Na altura, o Benfica garantiu que a anulação do negócio já vinha sendo discutida desde 12 de março, quando se tornou pública a suspensão do campeonato de futebol português, na sequência da pandemia de covid-19.