Sindicatos discutem futuro com administração da TAP

Trabalhadores preocupados com eventuais despedimentos.

O conselho de administração da TAP, presidido por Miguel Frasquilho, reúne-se hoje com os quatro sindicatos representativos dos trabalhadores da empresa, no âmbito do plano de recuperação da companhia aérea, anunciado na última semana.

A reunião vai contar com a presença do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava), do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), do Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (Sitema) e do Sindicato Nacional dos Engenheiros e Engenheiros Técnicos (SNEET), e servirá para debater a situação atual da companhia aérea nacional, praticamente parada desde o início da pandemia de covid-19, e as negociações para o empréstimo de cerca de mil milhões de euros que o Governo se prepara para ceder à TAP, até ao final do ano.

O empréstimo – que pode ir até 1,2 mil milhões de euros, segundo o montante aprovado pela Comissão Europeia – será feito através de tranches mas, para que se concretize, falta ainda que a TAP aprove um conjunto de exigências (não divulgadas), definidas pelo acionista Estado, que visam garantir controlo público sobre a gestão da empresa.

Após a injeção deste dinheiro (foram inscritos para o efeito 946 milhões no Orçamento Suplementar de 2020), que prevê garantir liquidez a curto prazo à companhia aérea nacional para fazer face aos compromissos mais imediatos, como o pagamento a funcionários e fornecedores, a comissão executiva da TAP fica obrigada a entregar, em seis meses, um plano de reestruturação que assegure a viabilidade da empresa a médio e longo prazo.

Esse plano incluirá a redução de rotas, frota e pessoal, o que tem vindo a preocupar os sindicatos. O objetivo é evitar despedimentos entre o universo de 10 mil trabalhadores da empresa.