Rui Moreira mantém tabu sobre autárquicas: “Decidirei no momento certo”

Rui Moreira não abre o jogo sobre recandidatura e garante que não quer exercer mais cargos políticos quando sair da Câmara do Porto.

Rui Moreira não abre o jogo sobre uma possível recandidatura a um terceiro mandato à frente da Câmara do Porto. O autarca disse, numa entrevista à Antena 1, que anunciará a decisão “no momento certo” e não fechou a porta à presidência do Futebol Clube do Porto. Afastada está a possibilidade de exercer outros cargos políticos quando deixar a autarquia.

A decisão de Rui Moreira é aguardada com expectativa por todos os partidos, mas principalmente pelo PS e PSD. A disputa ganharia outra importância com o independente fora da corrida e obrigaria os dois partidos a procurar nomes fortes para uma das mais importantes autarquias do país. Mas, para já, Rui Moreira prefere manter o tabu sobre uma eventual recandidatura. “Isso decidirei no momento certo. Falta muito tempo, Faltam 16 meses para as próximas eleições autárquicas”.

Rui Moreira garantiu que a sua vontade sempre foi não se candidatar a um terceiro mandato, mas será recandidato “se vir que por razões objetivas da cidade faz sentido continuar”.

O autarca do Porto tenciona, porém, colocar um ponto final na política ativa quando sair da Câmara do Porto. “Não ocuparei nenhum cargo político quando deixar de ser presidente da câmara do Porto”, garantiu. Não lhe “passa pela cabeça”, por exemplo, ser candidato à presidência da República.

Rui Moreira quer voltar a ter tempo para “viajar, ler e estar com os filhos e os netos”, mas não afasta a possibilidade de substituir Pinto da Costa na liderança do Futebol Clube do Porto daqui a quatro anos. “Não renego”, disse. “Toda a gente sabe que sou portista desde pequenino”, acrescentou o autarca, que integrou recentemente a lista de Pinto da Costa à presidência do clube. O atual presidente do FC Porto já disse que apoiará Rui Moreira para liderar o clube.

“ainda Falta muito tempo” O líder do PS/Porto, Tiago Barbosa Ribeiro, prefere não comentar o tabu de Rui Moreira e garante que o PS ainda não está a pensar nas próximas eleições autárquicas. “Ainda falta muito tempo. O PS/Porto não comenta outras estratégias eleitorais e muito menos candidaturas. Estamos fortemente empenhados no nosso trabalho, mantendo o nosso compromisso com a cidade e com propostas que melhorem a vida dos portuenses, tal como temos vindo a fazer. É nisso que estamos focados neste momento”, diz ao i o líder do Partido Socialista do Porto.

Manuel Pizarro, que se recandidata à liderança da Federação Distrital do Porto, já garantiu que “o PS apresentará um candidato forte, com ambição para ganhar a Câmara do Porto”. As eleições foram adiadas, mas Pizarro não é o único candidato. O presidente da Câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro, também entra na corrida e já definiu como prioridade apresentar um candidato forte e que não concorra “para ficar em segundo”.

No PSD, a discussão estará sempre condicionada pela questão de Rui Moreira avançar ou não para mais um mandato. Num cenário em que Moreira se retire, há um nome que recolhe o consenso dos sociais-democratas: o do eurodeputado Paulo Rangel. É sem dúvida a figura mais desejada para o cargo, mas não há nenhum dado, nesta fase, de que seja uma hipótese real. Isto porque é eurodeputado, tem responsabilidades acrescidas na bancada do PSD na Europa e no Partido Popular Europeu e as eleições autárquicas surgirão a meio do seu mandato. De realçar que Rangel foi cabeça de lista às europeias pelo PSD.