TAP. Sindicatos veem com “bons olhos” Governo assumir empresa

Representantes dos trabalhadores acusam companhia aérea de ter falhado no diálogo.

O Sindicato dos Trabalhadores dos Aeroportos Manutenção e Aviação e o Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes da Área Metropolitana do Porto mostram-se satisfeitos pelo facto de o Governo português vir a assumir o controlo da empresa. 

“Nesta fase crítica da vida da TAP em que nos encontramos, vemos com bons olhos que o Estado passe a assumir os destinos da empresa, salvaguardando os interesses dos trabalhadores e da companhia aérea nacional, que é e será sempre, um embaixador de Portugal no Mundo”, explicam num comunicado conjunto.

Os representantes dos trabalhadores mostram-se ainda satisfeitos com as declarações do ministro das Infraestruturas e da Habitação, sobre o facto de o plano de reestruturação não implicar despedimentos, “podendo essa reestruturação passar por variáveis como sejam programas de reformas antecipadas, entre outras medidas, que só os seis meses de produção do plano, nos mostrará a verdadeira amplitude”, referem.

A importância do diálogo “que no caso da TAP tem falhado”, é um fator que os sindicatos defendem como essencial, destacando que cabe à companhia aérea “num processo transparente e construtivo, reunir com as todas as organizações representativas dos trabalhadores de modo a que, em conjunto, possam ser encontradas soluções que, por um lado viabilizem o futuro da empresa no médio e longo prazo e, por outro, sejam garantidos os direitos dos trabalhadores, garantindo que o custo desta reestruturação não recaia apenas sobre estes, como é habitual em momentos críticos das empresas”.

Com a crise no setor da aviação devido à pandemia de covid-19, os sindicatos revelam que “cedo se percebeu que a estratégia delineada pela atual administração da TAP, passou por provocar uma “volumetria” artificial da empresa, fazendo-a parecer o que não é, servindo essa “volumetria”, ao que tudo leva a crer, como cenário atrativo a hipotéticos investidores externos, intuindo-se daqui uma futura venda da empresa, com base em rotas apetecíveis à vista desarmada, mas na realidade pouco rentáveis, gerando assim (aparente) lucro fácil mas gerando, de facto, perdas avultadas ao acionista estado e consequentemente a Portugal”.