Galinha assegura controlo da Global Media

O empresário do grupo Bel já chegou a acordo com os acionistas de referência da dona do DN e só falta assinar contrato. Mas antes libertou-se da sua posição no Jornal Económico.

O empresário Marco Galinha vai comprar 40% da Global Media, detentora do JN, DN, O Jogo e TSF. O SOL apurou que o acordo com os acionistas de referência já está fechado e só falta assinar o documento. O CEO do grupo Bel vai passar a deter 40% do grupo, ficando a restante posição dividida entre a macaense KNJ Investment (que conta atualmente com 35,25%), os acionistas angolanos representados por José  Soeiro (com 24,5%) e o Novo Banco (que detém 10,5% do capital). Fica por saber com que posição ficarão estes três acionistas no futuro.

Com esta aquisição, Joaquim Oliveira (que detém ainda 19,25%) sai da estrutura acionista. Quem também sairá é Daniel Proença de Carvalho, atual presidente do conselho de administração. O SOL sabe que ainda por definir está a permanência de Afonso Camões, que conta atualmente com um lugar na administração.

Marco Galinha libertou-se, entretanto, da sua posição no Jornal Económico – no final de 2018, o Grupo BEL passou a deter uma participação de 35% do capital da Megafin, cujo sócio maioritário é  Luís Figueiredo Trindade. 

Antes de mostrar o interesse na dona do JN, Marco Galinha (juntamente com a Prozis e a Apollo) chegou a apresentar em abril uma proposta de compra da TVI, depois da Cofina ter anunciado a desistência da OPA sobre a Media Capital. No entanto, em abril, a Prisa recusou este negócio, alegando estar em negociações exclusivas com Mário Ferreira – negociações que acabaram por chegar a bom porto um mês depois, com o empresário da Douro Azul  a adquirir 30,22% da dona da TVI por 10,5 milhões de euros, através da Pluris Investments. Feitas as contas, o valor implícito da transação coloca o valor da empresa em 130 milhões de euros, com base na posição financeira da Media Capital no final do primeiro trimestre do ano. 

Em cima da mesa estava uma  proposta inferior aos 250 milhões de euros que estavam a ser negociados com a Cofina e muito abaixo da  anterior tentativa de compra pela Altice, que tentou adquirir a TVI por 440 milhões de euros. Este  grupo de empresário seria  financiado pelo Novo Banco, pelo Millennium BCP e pelo espanhol BBVA.

Na altura, o grupo espanhol considerou a Pluris «um investidor adequado para a Media Capital, considerando o seu compromisso em promover um projeto prospetivo que fortaleça a posição da Media Capital no mercado, bem como sua competitividade e eficiência, fornecendo apoio financeiro, se necessário, e apoiando a equipa de gestão com a sua experiência».