Desvarios

1. De facto, o PSD e Rui Rio vão de mal a pior… Que se passará na cabeça de Rio para avalizar, ao que li na comunicação social, a escolha do substituto de Vítor Caldeira no Tribunal de Contas? Não temos já socialismo que chegue com o Governo a discutir o OE com Bloco e…

1. De facto, o PSD e Rui Rio vão de mal a pior… Que se passará na cabeça de Rio para avalizar, ao que li na comunicação social, a escolha do substituto de Vítor Caldeira no Tribunal de Contas? Não temos já socialismo que chegue com o Governo a discutir o OE com Bloco e agora também o PCP, deixando António Costa super feliz?

Já tudo foi dito sobre a substituição inesperada do Presidente do Tribunal de Contas. De repente, António Costa teve uma visão: há cargos em que só deve haver um mandato! Sobretudo, cargos de fiscalização como a PGR ou o TC, contrariando práticas antigas de recondução implícita, tudo alegadamente para manter a independência dos cargos.

A independência como a ética não se decretam – assumem-se! Pessoas que deveriam ser exemplos num país fustigado pela fama da corrupção vê subitamente uma das pessoas mais isentas e independentes, como teve a oportunidade de demonstrar nestes quatro anos, apeada do lugar em nome da preservação e garantia da independência que sempre exerceu de forma exemplar?

Em que país estamos? Num país em que este Governo faz o que quer, em que todos baixam a cabeça e dizem ‘sim’, a começar pelo líder da oposição Rui Rio que aparenta encolher os ombros a mais esta demonstração de exercício de poder absoluto de AC? Este PSD precisa mesmo de ser refundado porque manter este líder significa a total incapacidade de todo um partido ser alternativa democrática ao PS.

2.Pobretes, mas alegretes! Não me ocorre outra expressão quando leio que no meio de tanta incerteza económica na pandemia em que vivemos, há um clube português que entra no ranking dos clubes mais gastadores na Europa nesta janela de transferências – Benfica, em 6.º lugar.

De várias coisas tenho a certeza… A primeira é que a pandemia não tem prazo de validade. Apareceu e sabe Deus quando acabará. A segunda é que, se todos perspetivamos tempos difíceis de retração económica, ainda há alguns que pensam que nada mudou. Luís Filipe Vieira insiste nesta utopia de gastar sem assegurar como pagar, nesta voragem de um poder que inebria e dá certezas de impunidade.

António Costa parece igual. Ouvem-se aumentos do salário mínimo, apenas se discutindo o quanto sem querer saber como se irão pagar. Ou das pensões de reforma, referindo 10 euros para os salários mais baixos, resultem ou não de carreiras contributivas – sim, porque muitos destes baixos valores também têm a ver com pessoas que tiveram baixas carreiras contributivas a fugir sempre ao pagamento de impostos e segurança social. Ou até do aumento das freguesias (mais 600 dizem…). Somar despesa com despesa sem assegurar receita, normalmente tem um resultado: bancarrota, por muitos fundos que venham da Europa.

Mais Estado num OE claramente de esquerda que não assegurando receita porque a economia retrai, julga que o segredo do crescimento económico está no reforço do Estado no investimento público. Sendo sempre relevante este investimento porque o país precisa como se vê perfeitamente na saúde ou transportes, infelizmente para Portugal, os exemplos demonstram bem, até no Governo da Geringonça que o segredo está no investimento privado. Tanto que assim é que até o Banco de Portugal (pasme-se, com Centeno!) veio dizer o que há muito me parece evidente: que o Governo deve apoiar as empresas a criar emprego. Aleluia!

PS. Marcelo que se cuide, porque a estabilidade política não pode ser conseguida a qualquer preço e estas anuências a exigências do PS como tem sucedido na mudança dos titulares de cargos de referência, não lhe trás quaisquer votos na esfera socialista mas faz-lhe perder votos na faixa conservadora e se o candidato da IL (Tiago Mayan) se revelar alguém inovador como Cotrim de Figueiredo, uma coisa me parece certa (e com desgosto pessoal o digo): Marcelo até poderá nem ganhar na primeira volta.