Trump e Biden trocam as acusações do costume num debate ‘morno’

Sob a ameaça do botão silenciador, o debate foi bem diferente do anterior. Mas apesar de um tom mais polido as propostas e as acusações foram as de sempre.

Trump e Biden trocam as acusações do costume num debate ‘morno’

Donald Trump e Joe Biden debateram, esta quinta-feira à noite (madrugada de sexta-feira em Lisboa, pela última vez antes das eleições norte-americanas, marcadas para 3 de novembro.

O debate, que desta vez contou com um botão silenciador para calar quem interrompia, foi menos exaltado do que o anterior, mas ainda assim houve as habituais trocas de acusações.

A pandemia, sem grande surpresa, marcou boa parte do debate com Trump a acusar o adversário de querer fechar o país, já Biden sublinhou que o "responsável por tantas mortes não deve continuar a ser Presidente dos EUA".

Mas o tema que ocupou a maior parte do debate foram as relações com a Rússia, o Irão e a China, sublinhe-se que os dois primeiros países são suspeitos de interferirem nas Presidenciais e que a relação dos EUA de Trump com Pequim é vista internacionalmente como uma espécie de nova guerra fria, entre boicotes comerciais e acusações e acusações de propagar intencionalmente a covid-19, provocando a pandemia.

O tema das declarações fiscais, que Biden divulgou e Trump não, foi também abordado, com o atual Presidente a reiterar que pagou “milhões de dólares” em impostos e prometeu que vai tornar públicos os documentos em breve.

Já Biden fez questão de sublinhar que “nunca” recebeu um "centavo de fontes estrangeiras em qualquer altura" da sua vida, referindo-se assim às alegações de Trump que implica o democrata e filho de ganharem dinheiro de forma ilícita. "Se estas coisas são verdade sobre a Rússia, Ucrânia, China e outros países, então ele é um político corrupto", afirmou o recandidato republicano.

Nas declarações finais, Donald Trump frisou a necessidade de reconstruir a economia e Joe Biden prometeu que, se for eleito Presidente, vai voltar ao Acordo de Paris e que a escolha tem de ser da ciência sobre a ficção e da esperança sobre o medo.