PIB da zona euro com subida em cadeia histórica no terceiro trimestre

Portugal teve, neste período, a quarta maior subida (+13,3%) entre os países da moeda única. PIB da zona euro encontra-se, porém, a níveis de 2017.

As economias da zona euro e da União Europeia (UE) registaram no terceiro trimestre as maiores subidas em cadeia, de 12,5% e 11,5% respetivamente, invertendo a tendência de queda verificada nos dois trimestres anteriores, segundo divulgou esta terça-feira o Eurostat.

Portugal destacou-se, neste período, com a quarta maior subida entre todos os países da UE. A economia portuguesa cresceu 13,3% no terceiro trimestre – acima da média da zona euro e da UE –, face aos três meses anteriores, ficando apenas atrás de França (+18,7%), Espanha (+16,7%) e Itália (+15,9%), os Estados-membros que registaram crescimentos em cadeia mais elevados do Produto Interno Bruto (PIB).

O gabinete estatístico europeu destaca, aliás, no relatório que as economias europeias mais afetadas pelos efeitos da pandemia no segundo trimestre foram também as que, entre julho e setembro, recuperaram com maior intensidade, sendo que onze Estados-membros da UE registaram subidas superiores a 10%.

Na zona euro, o crescimento entre o terceiro e o segundo trimestre foi de 12,5%, o que significa a maior subida em cadeia desde que o Eurostat estuda e divulga estes dados (o que acontece desde 1995). Ainda assim, a estimativa anterior da entidade apontava para um crescimento ligeiramente superior no terceiro trimestre (+12,6%).

Pib da zona euro em linha com 2017. Segundo o Eurostat, o PIB dos países da zona euro encontra-se ainda 4,4% abaixo dos valores registados no final de 2019, estando, neste momento, em linha com os números verificados no primeiro trimestre de 2017.

Numa comparação com o terceiro trimestre do ano passado, os dados confirmam o impacto que a economia europeia continua a sofrer na sequência da pandemia de covid-19. Face ao período homólogo, o PIB da Zona Euro no terceiro trimestre registou uma quebra de 4,3%.

Neste período, o PIB de Portugal registou, por sua vez, uma queda homóloga de 5,7%, o que representa uma das descidas mais acentuadas no espaço da moeda única – tal como já havia avançado o Instituto Nacional de Estatística (INE). Espanha (-11,7%) e Grécia (-8,7%) tiveram, porém, desempenhos ainda piores, enquanto Itália (-5,0%) e França (-3,9%) sofreram quedas menos acentuadas.

Eurostat prevê travão na recuperação. Quanto às despesas das famílias na zona euro, o Eurostat indica que os gastos aumentaram 14% em cadeia e caíram 4,6% face ao terceiro trimestre de 2019. As exportações subiram 17,1% em cadeia e as importações aumentaram 12,3%.

As perspetivas do gabinete estatístico europeu para o quarto trimestre são, todavia, menos otimistas, uma vez que o Eurostat antevê um forte travão na recuperação devido às novas restrições que foram impostas pelos Governos em muitos países europeus, numa tentativa de mitigar os efeitos da segunda vaga da pandemia.