Contra todas as expectativas, os pilotos afetos ao Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) votaram favoravelmente ao acordo de emergência assinado entre Governo, TAP e estrutural sindical. Depois de uma semana de contestação ao documento, altura em que surgiu um movimento de cisão de 300 pilotos que exigiam uma ‘terceira via’, a maioria da classe profissional acabou por dar o ‘sim’ à solução dura que prevê quase 500 saídas da companhia (entre despedimentos, transferências para a Portugália e reformas) e cortes progressivos nos salários que vão dos 50% aos 35% até 2024. Participaram na votação 96,8% dos pilotos.
Fonte do sindicato confirmou ao Nascer do SOL que votaram a favor do acordo 617 pilotos e 578 votaram contra. Houve ainda 18 abstenções e um voto em branco.
Falta agora apenas conhecer os resultados da votação dos tripulantes, promovido pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil.
Este acordo era considerado fundamental para que Bruxelas desse o aval ao plano de reestruturação apresentado pelo Governo e pela TAP. A companhia precisa do aval de Bruxelas para pedir o empréstimo de 970 milhões (previsto no documento). Se, todavia, os juros cobrados forem muito elevados o Governo vai garantir o empréstimo ou mesmo injetar dinheiro na companhia. Será esta a solução a médio prazo para os problemas de tesouraria – a TAP precisava de cerca de 100 milhões por mês.