Joacine Katar Moreira gera polémica após partilhar imagem do Padrão dos Descobrimentos a ‘descolar’ de Belém

A maior parte dos utilizadores não gostou da partilhada deputada, e acusam-na de “desrespeito” pela história do país. 

A deputada não-inscrita Joacine Katar Moreira gerou polémica, depois de ter utilizado o Twitter para partilhar uma imagem que mostra o Padrão dos Descobrimentos a descolar de Belém, em Lisboa.

“Bom dia", escreveu Joacine na legenda da imagem partilhada esta quarta-feira naquela rede social.

Poucas horas depois, já eram centenas os comentários e retweets à publicação, com a maior parte dos utilizadores a falar em “desrespeito” pela história de Portugal.

“Isto é uma provocação, nada digna de uma deputada. Lamentável”, escreveu um utilizador. “Tanta falta de respeito pelos contribuintes que lhe pagam o ordenado. Portanto guarde-o muito bem para os tempos de crise que aí vem”, escreveu outro.

“Sem saber, fez a exaltação dos Descobrimentos Portugueses que só é comparável à conquista do Espaço pelo homem. De qualquer modo, fico sensibilizado e agradeço encarecidamente esta homenagem”, lê-se noutro comentário.

Há ainda quem diga que a publicação da deputada é uma resposta à Câmara de Lisboa, que ontem partilhou uma fotografia do monumento em questão.

Também a Juventude Popular de Sintra reagiu dizendo que "Joacine já teve de descolar do seu partido e nas próximas eleições é o povo que a faz descolar" da Assembleia da República.

De realçar que a polémica em torno do Padrão dos Descobrimentos surgiu há alguma semanas, depois de, num artigo de opinião, Ascenso Simões, deputado do PS, apontar que, tal como os florões na Praça do Império, também o Padrão dos Descobrimentos poderia ser destruído.

“Os florões são, como bem demonstra Francisco Bethencourt em História da Expansão Portuguesa, uma invenção tardia semelhante ao mamarracho do Padrão dos Descobrimentos, são a eleição da história privativa que o Estado Novo fabricou, não têm qualquer sentido no tempo de hoje por não serem elemento arquitetónico relevante, por não caberem na construção de uma cidade que se quer inovadora e aberta a todas as sociedades e origens. Mesmo o Padrão, num país respeitável, devia ter sido destruído”, escreveu Ascenso Simões num texto publicado pelo jornal Público, onde defende que o “Salazarismo não morreu”.

A sua ideia era que da mesma forma que se retiraram estátuas, ou se mudou o nome da Ponte Salazar para Ponte 25 de Abril, que liga Lisboa a Almada, também se poderia retirar ou destruir o Padrão dos Descobrimentos.