Desconfinem também as marcas

As marcas, produtos e serviços fazem parte deste ecossistema e muito temos falado de toda a sua adaptação ao contexto de pandemia e como isso trouxe novas tendências, acelerou a digitalização, conectou pessoas e alterou algum foco e algumas prioridades. 

Vivemos atualmente um desconfinamento gradual que embora tenha riscos e nos faça ainda algum medo, nos enche de esperança e entusiasmo. Os cabeleireiros foram invadidos na primeira semana, as pequenas lojas viram os clientes a voltar e as esplanadas encheram-se de pessoas ávidas de convívio. 

Uma sensação de pseudo-normalidade que além de fazer bem à nossa sanidade mental, é essencial para a economia e para que, sem prejuízo da saúde, se consiga renascer e fazer a economia girar. 
As marcas, produtos e serviços fazem parte deste ecossistema e muito temos falado de toda a sua adaptação ao contexto de pandemia e como isso trouxe novas tendências, acelerou a digitalização, conectou pessoas e alterou algum foco e algumas prioridades. 

Mas será que também as marcas precisam de desconfinar? Ou estarão elas a fazer o percurso normal e esperado neste novo contexto? Podemos dizer que um pouco de ambas. 

As marcas precisam de desconfinar porque em certa medida precisamos de um abanão e de emoção e é importante acompanhar as expectativas dos fãs e esta ansiedade pela vida com uma comunicação que o reflita. Até mesmo com novos produtos que correspondam a este momento na história. As marcas precisam de vir para a rua também, não no sentido literal ainda que tal possa também acontecer, mas acompanhando a vivência que se sente um pouco por todo o lado. Obviamente dependendo da marca e do setor, elas estão mais ou menos confinadas mas é agora que a inovação e a criatividade podem dar o mote para um novo ciclo. E até o boost necessário ao negócio numa concertada estratégia de desconfinamento. São várias as marcas que apostam em mensagens inspiradoras e que como tal motivam e acompanham quem as segue e é nesse trilho que a sua relevância se mantém intacta ou até potenciada. 
Ao mesmo tempo há marcas que têm de ser mais cautelosas, que veem os seus serviços condicionados e os seus produtos questionados neste novo normal e que se calhar têm que fazer um caminho mais ponderado. Se calhar não podem desconfinar tudo o que queriam e adaptam-se ao momento. 

Mas é importante perceber que podemos desconfinar mentalmente também…  trazer o refresh que estamos todos a precisar. Seja pela música, pelo tom, pela mensagem, pela ideia, pela imagem, há uma responsabilidade também das marcas não só de prestar o melhor serviço e proporcionar a melhor experiência, mas também de inspirar e motivar. 
E, se numa altura tão complicada como esta, as marcas puderem ir mais além e desconfinarem na sua comunicação, posicionamento e proximidade, seguramente conseguiremos dar mais às pessoas. E daí trazer também mais negócio, mais oportunidades e mais possibilidades de poder um dia viver em pleno. 
Desconfinemos então em conjunto….não sabemos por quanto tempo nem de que forma, para trás ninguém quer voltar, por isso foquemo-nos no que podemos fazer daqui para a frente.

*Diretora Criativa Havas Sports & Entertainment