Sustentabilidade e as marcas

Quem imaginaria há uns anos que as palhinhas de plástico se iam tornar um ‘alvo a abater’? Depressa apareceram as de papel ou outras soluções para estar a altura do que o mundo precisa.

Na semana passada celebrou-se o Dia da Terra. Um dia que todos se apressaram a dizer que deveria ser todos os dias. Porque de facto os cuidados com o nosso planeta e com as alterações climáticas já não é tema do futuro, é uma tema de ontem e que carece de atuação urgente.

E também as marcas fazem parte deste movimento. Não só na sua comunicação mas também em todo o seu processo de produção e presença no mercado que deve estar em linha com estas questões. Até porque, segundo vários estudos, os consumidores estão dispostos a pagar mais por uma marca que tem preocupações com o ambiente e com causas sociais. Uma predisposição que comprova a importância do tema.

A última campanha da Volvo é um bom exemplo da urgência do tema em que no teste de segurança mais avançado de sempre o que vemos é um glaciar a ‘desfazer-se’, mostrando que o principal teste à nossa segurança é a sobrevivência do nosso planeta.

Mas esta preocupação e comunicação tem de ser genuína e acompanhada de uma verdadeira mudança de mentalidades dentro da própria marca. Porque senão a história vira-se contra eles e é pior a emenda que o soneto.

De que forma podem então as marcas abraçar esta oportunidade?

Esta tem de ser uma transformação que tem de vir de dentro para fora – da própria marca, da sua cultura, da sua essência e da sua criação para o público, garantindo que a história que estamos a contar é verdadeira. Como podemos ser conscientemente sustentáveis mas depois temos tudo em plástico e o desperdício é mais que muito? Obviamente não são transformações que se façam de um dia para o outro, mas a história tem de começar por algum lado. E no que toca ao ambiente, o primeiro passo é o plano de intenções que nos permite começar a construir um novo mundo e um novo padrão de consumo.

Este movimento tem vindo a ser feito por muitas marcas que partilham hoje as suas diferentes iniciativas e os movimentos que estão a desenvolver para chegar lá. E são estas as marcas que vão sobreviver no futuro e que vão também conseguir dar resposta com novos serviços e produtos que correspondam às novas necessidades.

Quem imaginaria há uns anos que as palhinhas de plástico se iam tornar um ‘alvo a abater’? Depressa apareceram as de papel ou outras soluções para estar a altura do que o mundo precisa.

Portanto, acompanhemos e ajudemos as marcas neste percurso, rumo a um planeta mais verde, limpo e saudável, sabendo bem como isto pode no futuro também evitar pandemias e outras desigualdades.

Que na estratégia das marcas este ponto continue a crescer relevância e consistência porque neste tema há que de facto fazer a diferença.

Até porque nisto da comunicação é como com a mulher de César: à mulher de César não basta ser honesta, tem de parecer honesta.

 

*Diretora Criativa Havas Sports & Entertainment