EUA. Plano de educação pode ser financiado com impostos aos mais ricos

Administração de Joe Biden apresentou um plano que tem como objetivo “abrir caminho para a geração mais instruída dos EUA”.

A Casa Branca anunciou um plano de investimento maciço na área da educação no valor de 1,8 biliões de dólares (cerca de 1,5 biliões de euros) que serão utilizados no ensino pré-escolar, creches, universidades comunitárias sem propinas, subsídios de seguro saúde e redução de impostos para trabalhadores de baixa e média renda.

Este fundo histórico, anunciado antes do discurso do Presidente Joe Biden no Congresso, para assinalar os primeiros 100 dias da sua presidência, faz parte do “Projeto para as Famílias Americanas”, irá beneficiar cerca de 5 milhões de crianças e ajudar as famílias a poupar aproximadamente 13 mil dólares por ano (cerca de 10 700 euros), informa a AP. “Este investimento vai oferecer vantagens às crianças americanas e abrir caminho para a geração mais instruída da história dos Estados Unidos”, escreveu a administração do Presidente em comunicado.

O “Projeto para as Famílias Americanas” prevê ainda que as famílias de classe média-baixa não sejam obrigadas a pagar mais de 7% do seu rendimento por creches e estabeleceu uma licença paternal, familiar ou pessoal que irá garantir um subsidio de 4 mil dólares por mês (cerca de 3300 euros) durante 12 semanas.

O plano de investimento, que tem como objetivo ajudar as famílias a saírem da crise originada pelo coronavírus e ajudar a restruturar a economia devastada pela pandemia, é possível devido à reversão dos cortes fiscais que o ex-Presidente Donald Trump concedeu aos mais ricos, informou nesta quarta-feira uma fonte do governo.

Taxar os riscos Biden pretende colocar um fim aos benefícios fiscais adotados por Trump e das falhas legais que permitem aos mais ricos pagar menos. “O presidente vai propor uma série de medidas para assegurar que os mais ricos paguem os impostos correspondentes, resguardando ao mesmo tempo que ninguém que receba menos de 400 mil dólares (cerca de 331 500) por ano sofra um aumento de impostos”, revelou uma fonte da administração à AFP.

O plano vai exigir a aprovação de um Congresso muito dividido, e que provavelmente será rejeitado pelos republicanos, mas a Casa Branca acredita na aprovação com o potencial apoio e pressão dos eleitores. Os legisladores republicanos têm se oposto aos planos de investimento de Biden, mesmo que sejam medidas bastante populares entre os eleitores democratas e republicanos.

O líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, que não conseguiu bloquear a aprovação do Plano de Resgate Americano, que ofereceu a cada família americana 1400 dólares (cerca de 1160 euros) e centenas de milhares de dólares para impulsionar o plano de vacinação, prometeu que iria lutar contra este investimento “a cada passo do caminho”.

Com a reforma, todos os contribuintes que lucrarem pelo menos 1 milhão de dólares por ano (828 800 milhões de euros) por ano vão passar a pagar uma taxa de imposto de renda de até 39,6% (anteriormente eram apenas 20%), o que acabaria com o corte aprovado por Trump.

O plano também pretende acabar com as brechas e isenções fiscais para a renda de capital, o que permitirá arrecadar mil milhões de dólares, segundo a Casa Branca. “Estas reformas pretendem fundamentalmente tornar mais justo o código fiscal”, disse a fonte da Casa Branca.