Bielorrússia. O teste do algodão do PCP

Por muito que custe a muitos, o PCP não gosta de liberdade e é um partido de extrema-esquerda. Digamos que a Coreia do Norte, Cuba, Bielorrússia e Rússia, são uma espécie de teste do algodão para o PCP. Quando são obrigados, salvo seja, a falar destes países, revelam a sua natureza.

O PCP, parceiro durante muito tempo do Governo na ‘Geringonça’, é um partido verdadeiramente defensor da liberdade e que rejeita todos os regimes totalitários. Podemos, por isso, dizer que os comunistas portugueses são moderados e que catalogá-los como extrema-esquerda é de uma injustiça a toda a prova, digna, seguramente de fascistas.

Esta semana, a revista Sábado, na página 16, demonstra precisamente quanto o PCP respeita a democracia e repudia os regimes totalitários. Vamos aos exemplos utilizados pela revista que coloca dois casos para discussão, com a seguinte perspetiva: o que aconteceu e o que o PCP disse. O primeiro exemplo diz respeito ao que se passou na Bielorrússia, onde um avião da Ryanair que tinha saído de Atenas, Grécia, com destino ao aeroporto de Vilnius, Lituânia, foi desviado pelas tropas de Lukashenko, alegando estes que havia uma ameaça de bomba a bordo. Facilmente se percebeu que tudo não passava de uma enorme mentira e um voo comercial entre dois países da União Europeia foi desviado para a Polícia política do Presidente da Bielorrússia prender um jornalista incómodo para o regime, Protasevich, e a sua namorada.

E o que disse Lúcia Gomes, militante comunista num programa da RTP3? «Temos que ver quem é Protasevich… Colocá-lo como um grande jornalista ativista dos direitos humanos… Basta pesquisar quem é esta personagem. Essa pessoa tem ligações à extrema-direita nazi». Lúcia Gomes foge dessa forma ao atentado levado a cabo pela Bielorrússia para atacar um dos homens que tem (tinha) mostrado a repressão das tropas e polícias de Lukashenko ao mundo. Percebe-se que a militante tenha assumido que o jornalista é nazi e que a Bielorrússia seja uma democracia com presença regular na Festa do Avante! A revista recorda ainda o que o PCP disse oficialmente sobre a situação naquele antigo país da URSS: «A situação é complexa e as críticas são operações de ingerência e desestabilização».

O outro caso dado pela revista diz respeito à detenção de Alexei Navalny, líder da oposição a Putin, que foi preso quando regressou à Rússia depois de ter sobrevivido a uma tentativa de envenenamento na Alemanha. E o que disse o PCP? Cito mais uma vez a revista: O partido falou em «possível envenenamento» e disse que Navalny foi preso «por violação dos termos de liberdade condicional em que se encontrava».

Não é preciso falar muito mais para demonstrar como o PCP e os comunistas veem o mundo. Agora imaginemos que alguma destas frases tinha sido proferida por André Ventura ou por algum dos seus militantes sobre a Arábia Saudita ou Afeganistão, por exemplo. O que se diria? Por muito que custe a muitos, o PCP não gosta de liberdade e é um partido de extrema-esquerda. Digamos que a Coreia do Norte, Cuba, Bielorrússia e Rússia, são uma espécie de teste do algodão para o PCP. Quando são obrigados, salvo seja, a falar destes países, revelam a sua natureza.

P. S. 1 Esta semana terminou com uma polémica muito engraçada. A presidente da Junta de Freguesia da Azambuja disse nas redes sociais que não queria contratar artistas que sejam contra as corridas de toiros e afins para as festas da terra. Maria Inês da Graça Louro, a verdadeira presidente da junta, foi atacada por todos os lados e acho que apagou o que escreveu. Fez mal, mas as pessoas têm medo de dizerem alguma coisa que incomode os novos ditadores. Se fosse uma junta de freguesia a dizer que não queria artistas das touradas era só palmas…

P. S. 2. A história do PAN de querer garantir comida vegetariana para os cães e gatos abandonados e mesmo para os que estão em casa de pessoas – no futuro será ao contrário – é bem o retrato de como os ocidentais estão a caminho do abismo. Ainda os vamos ver a ensinar cães e gatos a comerem de faca e garfo. Internem-se rapidamente.

vitor.rainho@sol.pt