Acelerar para o título

Os melhores pilotos portugueses estão atentos ao Euro 2020, e colocam-se na pole position para apoiar a seleção nacional. Por eles, está ganho!

Habituados a vencer, são uns verdadeiros papa-títulos, os pilotos nacionais estão de alma e coração com a equipa das quinas, e acreditam que Portugal pode revalidar o título de campeão europeu de futebol. 

António Félix da Costa, campeão do mundo de Fórmula E, Filipe Albuquerque, campeão do mundo de Endurance, e Armindo Araújo, ex-campeão do mundo de Ralis no agrupamento de Produção e atual campeão nacional, colocaram Portugal no top of mind dos consumidores de desporto automóvel. Nesta conversa despiram o fato de competição e vestiram a camisola das quinas. É uma conversa de campeões para campeões, onde ninguém exige o céu, mas todos acreditam no paraíso.

António Félix da Costa é simpatizante do Benfica, e leva a seleção nacional muito a peito. «Gosto de ver um bom jogo de futebol, e no Europeu vai haver grandes jogos, com grandes jogadores». O coração vai bater mais forte quando a equipa nacional entrar em campo «é uma altura especial para qualquer português, é um elo de ligação entre todos. Ao ver a seleção jogar sinto o amor à Pátria e, por vezes, sofro um pouco» confidenciou.

Sobre a competição que reúne as melhores seleções da Europa, afirmou: «Acredito que os jogadores estejam ansiosos por vestir a camisola de Portugal e defender o título que nos pertence. Aliando a experiência e talento de uns com a juventude de outros, acredito que temos equipa para ganhar», e explicou: «Talento, determinação e espírito de batalha é coisa que não nos falta, além de um treinador pleno de convicções», mas alertou para o facto de haver «seleções fortíssimas, cada jogo será uma final, nada está garantido. É preciso lutar e acreditar sempre, mas nisso a seleção é muito forte».

O campeão do mundo de Fórmula E considera que ter o melhor do mundo é sempre uma mais-valia «para qualquer jogador ter Ronaldo como líder é um fator adicional de motivação. A confiança e experiência do capitão podem fazer a diferença dentro de campo e no balneário. É o melhor do mundo».

Honra de ser português

Filipe Albuquerque é adepto da Académica «é o clube da minha cidade, mas não sou ferrenho.» No entanto, suspira pela «subida à Primeira Liga» e veste a camisola da seleção com o sentimento de portugalidade. «A presença de Portugal é sempre uma honra. Vou seguir o Campeonato da Europa com atenção e espero festejar os êxitos da seleção», mas sem sofrer «naturalmente que vibro com os jogos, mas não fico nervoso, nervosismo só nas corridas» admitiu o piloto. 

A confiança não tem limites «a ideia é ganhar. Temos visto grandes surpresas nos últimos anos, mas a qualidade dos nossos jogadores e a vontade de vencer continuam a ser superiores. Temos o Cristiano Ronaldo, que motiva os colegas e intimida os adversários, e outros grandes jogadores que podem decidir um jogo, mas se trabalharem como um grupo coeso podem ganhar o Europeu. A vontade de vencer este campeonato tem que ser maior do que aquela que tinham em 2016» observou o campeão do mundo de Endurance. 

Filipe Albuquerque considera que o automobilismo e o futebol têm pontos em comum «o sentido de performance e a vontade de ganhar são iguais. Por muito bom que um piloto seja, só consegue ter êxito se tiver pessoas competentes a apoiá-lo, é um trabalho de equipa, tal como no futebol», mas também há diferenças «no desporto automóvel os egos são menores, no futebol há muito vedetismo» palavra de campeão. 

As emoções do futebol invadem o paddock das corridas durante os campeonatos do Mundo e da Europa de futebol «os europeus acompanham com interesse as grandes competições, já os americanos, como são pouco competitivos, não ligam muito ao futebol. Há uma natural rivalidade entre pilotos de diferentes países», e para animar o ambiente até fazem apostas «na última vez que jogamos contra a Inglaterra [vitória nos penáltis no Mundial de 2006] ficou combinado que quem perdesse colocava a bandeira do país vencedor no seu carro, no dia seguinte andei a distribuir bandeiras portuguesas pelos carros dos meus adversários. Foi engraçado». 

Responsabilidade 

Armindo Araújo acompanha sempre que pode a seleção nacional e o clube do seu coração, o FC Porto. «Gosto de futebol, mas não sou fanático. Tenho acompanhado a seleção em alguns jogos importantes, e é emocionante estar a apoiar Portugal. Espero assistir a alguns jogos do europeu, e puxar pela seleção» disse.

O piloto considera que há uma imagem a defender «temos uma enorme responsabilidade por sermos os atuais campeões europeus, mas é uma responsabilidade positiva», e acrescentou: «Estamos a atravessar um bom momento. Existe uma excelente energia à volta da seleção, o entrosamento entre jogadores e treinador é muito bom e não há clubite, por tudo isso acredito que vamos fazer um excelente campeonato e ter sucesso».  Na sua opinião, a renovação do título não é uma miragem «temos que assumir o compromisso de lutar para ganhar o europeu. Não vai ser fácil, mas temos potencial para isso». 

O piloto tem uma ideia clara do que vale esta seleção e acredita no êxito de CR7 e seus pares «o Ronaldo é um fora de série, estamos mais perto de ganhar com ele em campo. Queremos sempre que ele esteja presente, mas penso que a dependência do Ronaldo não é total, a seleção já mostrou que é igualmente forte quando ele não joga».

Como desportista de alta competição, Armindo Araújo defendeu as cores nacionais quando disputou o mundial de ralis, considera que: «É um orgulho imenso representar Portugal e mostrar o nosso valor. Apesar de ser um país pequeno, temos muita qualidade e estamos sempre entre os melhores. Com a seleção nacional acontece o mesmo. Vamos com tudo» rematou o campeão nacional de ralis.