Aumentam os casos isolados fora do prazo

Médicos de Saúde Pública defendem reforço.  

Apesar de a percentagem de casos isolados em menos de 24 horas após de notificação se manter na casa dos 89%, com o número de diagnósticos tem estado a aumentar, há mais casos que têm tido seguimento por parte das autoridades de saúde fora deste prazo definido pelas normas da DGS.

No último relatório de monitorização das linhas vermelhas divulgado pela DGS e pelo INSA, pode ler-se que nos últimos sete dias, o período entre 3 e 9 de junho, foram isolados em 24 horas 89% dos casos e 83% dos contactos foram rastreados, patamar idêntico ao da semana anterior mas já menor do que em maio. Atendendo ao aumento de casos, significa que nesta última semana avaliada pelas autoridades foram contactadas fora do prazo cerca de 485 pessoas, contra 360 na semana anterior. Há um mês, a meio de maio, 97% dos infetados eram isolados em menos de 24 horas.

Ricardo Mexia, presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, admite que os meios que chegaram a estar disponíveis para este trabalho no pico da epidemia já não estão e que tem havido agora dificuldade em voltar a disponibilizar mais meios.

“É normal que as equipas, que não foram propriamente de férias neste período, estejam com algum cansaço e saturação e não tenham a elasticidade que tinham noutras alturas. Enquanto não houver a capacidade de voltar a mobilizar alguns recursos que já estiveram a trabalhar noutras alturas torna-se mais difícil manter estes indicadores em níveis com maior qualidade”, diz, considerando que se há indício de diminuição da resposta, deve haver uma reação pronta: “se não estamos a conseguir fazer face aos inquéritos em tempo útil, tem de haver capacidade de reagir às variações que vão sucedendo”.