Por que considera o Benfica tão especial?
Eu não sou uma história americana típica de sucesso. Sim, eu nasci sem nada e tornei-me bem-sucedido… eu sei que parece típico… mas quem é que se importa? É o meu falhanço que ainda me define hoje em dia. O meu falhanço foi público, foi doloroso e eu perdi tudo. Tentei tornar um negócio que estava cheio de parceiros capitalistas numa empresa com um pensamento comunitário, que educasse e treinasse pessoas jovens para criarem trabalhos, construírem negócios e elevarem a comunidade da Flórida. Eu falhei. A minha empresa faliu e eu mudei-me para a China, conseguindo pô-la no mercado de trocas. Eles não queriam saber da comunidade, de todo, era a minha responsabilidade saber isso. E eu não sabia. Quando falhei, passei do topo do mundo para o fundo bastante rápido. Estes amigos falsos desapareceram, o meu nome já não era falado e as únicas pessoas que queriam falar comigo era jogadores de futebol americano jovens e as famílias que eu estava a ajudar no FC Florida. Eles conheciam-me longe do negócio e não se importavam com o meu falhanço. O estádio passou a ser o único sítio onde eu podia ir para fugir da tempestade que me rodeava. Estes miúdos precisavam da minha ajuda e eu vir-me-ia a aperceber que também precisava da deles. Então, saí das salas de reuniões onde tive sucesso e passei a ser nada mais do que um voluntário, enquanto planeava a minha recuperação financeira.
O que fez?
Mantive os treinadores pagos enquanto promovia doações, marquei torneios para os nossos miúdos serem vistos. Conduzi o autocarro da equipa através de distâncias ridículas, da Flórida até Nova Iorque, porque as nossas equipas não tinham dinheiro para apanhar um voo… Lavava a roupa deles – era demasiada roupa – para ter a certeza de que eles estavam apresentáveis em campo. No final de contas, os miúdos do FC Florida salvaram-me. Reconstrui-me a mim mesmo e salvei a minha família. Não é uma história que eu conte com frequência. As pessoas nas festas não gostam de ouvir falar de falhanços, mas quando me perguntam porque é que eu gosto do Benfica, a resposta está na primeira carta que eu escrevi aos benfiquistas. Este clube é diferente de qualquer empresa ou outro clube ao qual eu já tive o prazer de estar associado. Foi formado, estruturado e funciona principalmente para o beneficio da sua comunidade… é tudo aquilo que eu tentei criar na minha empresa americana, mas isto nunca poderia existir na América. É assim que o Benfica funciona desde muito antes da minha chegada. Portanto, agora que eu recuperei e criei muitos empregos para pessoas na minha área (e até reconstruí a minha riqueza) porque é que haveria de querer voltar a ser a pessoa que era antes do meu fracasso? Aprendi o equilíbrio certo entre o capitalismo e a comunidade e sei que agora tenho a oportunidade e a experiência para ajudar ainda mais pessoas do que aquelas que já ajudei. Ainda assim, não me importo de conduzir o autocarro ou de lavar a roupa a roupa dos jovens do FC Florida se eles precisarem. Aprendi hábitos incríveis com o meu fracasso, então, porque haveria de mudar?
O que vê acontecer a seguir?
Os dirigentes do Benfica vão acordar um dia e perceber que eu venho em paz. Eles vão ser ousados, vão liderar e vamos conduzir o Benfica a uma potência global em beneficio dos benfiquistas. Isto vai demorar algum tempo mas é aquilo que vai acontecer a seguir. A vida é uma maratona, não um sprint. Além disso, pensei numa coisa que o meu parceiro no Facebank/FuboTB sempre disse às pessoas. Quando questionado sobre como temos tido tanto sucesso durante um ano tão difícil, ele diz às pessoas que eu tenho ‘pozinhos de perlimpimpim’ na ponta dos dedos. Esta é a explicação dele. Talvez gostassem de falar com ele um dia, soa muito melhor quando é ele a dizê-lo. Talvez um dia o Benfica pense o mesmo.