Por que não gosto de vésperas de eleições

Não sei se sou só eu, mas fico indignado com a história do 11 de setembro, quando alguns culpam a cultura ocidental em relação àquele crime hediondo, onde ocorreu um atentado contra toda uma forma de vida. Não quero dizer que os americanos e os aliados não tenham cometido crimes hediondos depois disso. Mas culpar…

1.Não sei se sou só eu, mas detesto vésperas de eleições. Nos últimos dois meses, as inaugurações sucedem-se a um ritmo impressionante e olhando para muitas das obras não percebo muito bem o sentido das mesmas. As juntas de freguesia apostam nos orçamentos participativos e põem em prática as ideias mais obtusas que podemos imaginar. Na zona onde vivo fizeram um largo que tira o espaço quase todo à estrada, tornando quase impossível a passagem de um autocarro e um automóvel que vá em sentido contrário.

Percebo que vivemos na ditadura das bicicletas e não há local onde as duas rodas não tenham prioridade em relação a todos os outros. Até no Estádio Universitário, em Lisboa, os ciclistas quase atropelam aqueles que fazem caminhadas, e ficam furiosos quando os caminhantes não se atiram para uma berma para lhes dar o passeio todo. É este o novo mundo e os autarcas adoram dar gás ao movimento. Em relação às pré-campanhas, ainda ontem fiquei a saber que no meu bairro vai haver uma cachupa para todos e que o candidato à câmara e o homem da junta vão participar no arraial. Calculo que não faltem cervejas e vinho para cativar a rapaziada.

2.Não sei se sou só eu, mas gostava que os defensores do racismo em Portugal, onde estão os Mamadou Ba e as Joacines da vida, se pronunciassem quando veem quatro negros a agredirem sem dó nem piedade um indefeso branco. Da mesma forma que não acho que a sociedade portuguesa seja racista porque quatro brancos agridem um negro, também não o acho por quatro negros agredirem um branco. O que quero dizer é que essas personagens bem podiam ser mais contidas quando é ao contrário.

3.Não sei se sou só eu, mas acho incompreensível que o Governo não explique por que gastou milhões de euros em lanchas para a GNR, enquanto a Marinha é deixada para trás. Com a agravante de os militares da GNR não estarem preparados para a missão, como estão os da Marinha. O episódio da semana passada, em que um navio da GNR ficou encalhado entre Carcavelos e a Parede é bastante ilustrativo.

4.Não sei se sou só eu, mas fico indignado com a história do 11 de setembro, quando alguns culpam a cultura ocidental em relação àquele crime hediondo, onde ocorreu um atentado contra toda uma forma de vida. Não quero dizer que os americanos e os aliados não tenham cometido crimes hediondos depois disso. Mas culpar a cultura ocidental pelo fanatismo dos animais do Estado Islâmico e afins faz-me confusão.

5.Não sei se sou só eu, mas fico indignado com a política da Sport TV, que cobra quase 30 euros, para quem não aderir ao pacote anual, para transmitir os jogos do campeonato nacional, com exceção dos do Benfica na Luz, e alguns jogos do campeonato inglês – só hoje, sábado, vão dar cinco indeferidos… Já o seu concorrente, do qual não sou assinante, embora esteja a pensar ser, tem o campeonato francês, o espanhol, o alemão e a Liga dos Campeões, dando quase todos os jogos em direto, ficando a assinatura em 10 euros… Mas isto é normal? A autoridade da concorrência não tem nada a dizer?

Mais estranho ainda é o facto do canal em sinal aberto da Sport TV ter o melhor programa desportivo televisivo: o Só Golos, onde os ‘palpiteiros’ não estão horas a falar em táticas e onde só o jogo jogado interessa. Além desse programa tem ainda outro que costuma ser bem divertido: O Bar da Sport TV. Também é certo que não sou obrigado a ser assinante, mas que irrita, irrita.

6.Sei que não sou só eu que acha que partiu um grande homem e uma excelente pessoa. Sampaio vai fazer falta à política e a todos aqueles que professam os seus valores. Como dizia um amigo comum, «era daquelas pessoas que todos gostavam de ter na estrada da sua vida». 

vitor.rainho@sol.pt