PRR. CP quer aceder a mais verbas do plano

“Fez tudo o que estava ao seu alcance” para proteger trabalhadores”.

O presidente demissionário da CP – Comboios de Portugal disse hoje que estão a ser feitos esforços para a CP ser considerada como administração pública, e não empresa, para aproveitar mais verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

“Estamos a tentar trabalhar para ver se a CP pode ser considerada administração pública e aí teríamos menos dificuldades [no acesso ao PRR]”, disse Nuno Freitas, em audição parlamentar na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, onde foi chamado a prestar esclarecimentos sobre a situação dos salários em atraso aos trabalhadores da limpeza dos comboios.

“O PRR poderia ser uma enorme oportunidade para a CP, para se modernizar, só que a CP tem um problema. Andamos a trabalhar muito perto com as entidades, contudo, como é público, a dívida da CP não foi saneada nestes dois anos e meio, em que fizemos todas as tentativas para que este saneamento da dívida histórica da CP [fosse feito]”, afirmou.

O responsável disse ainda que a empresa “fez tudo o que estava ao seu alcance” para proteger os trabalhadores da Ambiente e Jardim, que ainda aguardam pagamento dos salários de julho. Recorde-se que estes trabalhadores – que limpam os comboios e as estações – iniciaram, no dia 1 de setembro, uma greve contra a falta de pagamento dos salários de julho e agosto por parte da empresa de limpeza industrial. 

A CP rescindiu o contrato com a empresa de limpeza e lançou de imediato uma consulta para a contratação urgente de outra empresa de prestação de serviços de limpeza, o que pôs fim à greve. De acordo com Nuno Freitas, o problema está agora circunscrito aos salários de julho, sendo que os de agosto já foram pagos.

Foi ainda feito um adiantamento dos salários de setembro, “para os casos de maior necessidade”, mas o PCP disse ter recebido denúncias de estarem a ser excluídos os trabalhadores que aderiram à greve.