IPMA confirma: Neblina nos Açores é provocada pelo vulcão Cumbre Vieja

O IPMA “acompanha de perto a evolução da situação”.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) confirmou, esta sexta-feira, que a neblina registada no grupo central do Arquipélago dos Açores é mesmo uma consequência do vulcão Cumbre Vieja.

“Na sequência da erupção do vulcão de Cumbre Vieja, desde o passado dia 19 de setembro de 2021, têm sido emitidos gases e partículas para a atmosfera os quais são transportadas a longas distâncias. De acordo com os resultados das previsões do serviço de monitorização atmosférica do programa Copernicus (CAMS), algumas dessas partículas terão chegado ao arquipélago dos Açores sob a forma de aerossol sulfato”, começa por explicar o IPMA, numa nota publicada no seu site, algo que também já foi “confirmado pela análise de trajetórias retrógradas do modelo americano HYSPLIT (GFS)”.

O IPMA explica ainda que “o aerossol sulfato resulta da reação em fase líquida do dióxido de enxofre com a água, constituindo pequenas partículas líquidas, que servem de núcleos de condensação e podem ser transportadas pelo vento”. Tais partículas possuem também “propriedades óticas que contribuem para uma maior dispersão da luz e, consequentemente, provocam uma redução da visibilidade”.

Desde a passada quarta-feira que as “observações do IPMA confirmam uma redução significativa da visibilidade horizontal por esta partículas nos grupos Central e Oriental dos Açores, que deverão encontrar-se principalmente numa camada abaixo dos 800 m de altitude”.

“A elevada humidade relativa nesta região terá acentuado deste efeito, aumentando o tamanho das partículas e diminuindo o seu índice de refração. De momento não existem medidas da concentração destas partículas, mas as previsões apontam para concentrações específicas entre 0.8 e 10 µg/kg”, revela ainda a nota, sublinhado que “o IPMA acompanha de perto a evolução da situação”.

Recorde-se que o vulcão Cumbre Vieja, localizado na ilha espanhola de La Palma, entrou em erupção no passado dia 19 de setembro. Até ao momento, cerca de 700 habitações já foram destruídas pela lava. Não há registo de feridos ou mortos.