Tomou posse Rui Moreira: “contra tudo e contra todos”

Será o terceiro e último mandato. O discurso, como é habitual, pautou-se por referências locais.

Tomou hoje posse, no Super Bock Arena Pavilhão Rosa Mota, como Presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira. Na plateia, bem composta, constavam caras conhecidas como Jorge Nuno Pinto da Costa, Mário Ferreira ou Miguel Pereira Leite. Desta forma, com um acordo de governação com o PSD de Vladimiro Feliz, Rui Moreira dá assim o seu primeiro passo em direção ao seu terceiro e último mandato à frente da mui nobre, sempre leal e invicta cidade do Porto.

O Presidente da Câmara, com o colar do poder executivo ao pescoço, começou o seu discurso expressando o seu “profundo sentimento de gratidão” aos portuenses, garantindo continuar o seu “inabalável [uma palavra que usa com frequência] compromisso de continuar ligado ao Porto”.

À semelhança de Carlos Moedas no discurso de vitória a 26 de setembro, Moreira também se considerou eleito “contra tudo e contra todos”: “Um Porto que, para além de ter escolhido, pela terceira vez consecutiva e contra tudo e contra todos, um projeto independente, deu um sinal claro que acreditou sem hesitações, em mim, não se deixou perturbar por névoas falaciosas”, no que pareceu ser uma referência ao caso Selminho. “Asseguro-vos que, juntos, no Executivo, iremos respeitar cada compromisso assumido na campanha eleitoral, mas também saberemos, como sempre, ouvir e ponderar as posições dos vereadores da oposição”, disse ainda.

Mergulhando no Porto real, Rui Moreira muniu-se de Miguel Torga para lembrar o trabalho dos colaboradores do município, como as “amigas do Bulhão” que corporizam o “Porto real e maravilhoso que nasce de uma sombra de trabalho e de sombra”. Ainda imbuído num espírito poético, remeteu à ‘tripeirice’ dos portuenses – mostrando-se “apaixonado” pela característica “tripeira” de, no Porto, tudo estar “sempre em permanente discussão pública: tudo se discute e critica”.

Por fim, no que é já habitual nos discursos de Moreira, culminou com o toque das teclas bairristas: a Invicta “continuará sempre a ser uma voz de independência e liberdade face aos poderes instalados e centralismo que tanto prejudicam o país”.