SMN. Só com grande aumento de produtividade é que se pode subir

Garantia foi dada por Francisco Calheiros ao garantir que o que deve funcionar é a lei da oferta e da procura. Também a CIP garante que o grande entrave para as empresas “são os custos da contratação”.

Mais do que discutir o salário mínimo é importante debater os fatores que produzam a produtividade e a competitividade. A garantia foi dada pelo presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), defendendo que estes fatores têm de ser ajustados face à falta de mão de obra. “Os empresários não pagam mais não é porque não querem, é porque não podem”, sobretudo aquelas empresas que têm trabalhos menos qualificados”, disse Francisco Calheiros.

“Temos a verdadeira noção que – não é o ordenado mínimo, ou o médio – os ordenados, em geral, em Portugal são baixos, mas este é o espetro também do país que temos: as nossas empresas são, maioritariamente, formadas por pequenas e microempresas e, por isso, insistimos muito na luta, na guerra entre aspas, da produtividade, porque só com um grande aumento de produtividade é que se pode aumentar (o salário mínimo)”, afirmou o responsável.

“Agora, sempre disse também que os ordenados, sejam eles quais forem, não podem ser feitos por decreto. Não posso dizer que é 100, 1.000 ou 2.000. Não, não é isso. O Governo decidiu na altura uma série de indicadores — a inflação, o crescimento da economia, a produtividade, que traduzir-se-ia em x euros. Nos últimos anos, esse número foi sempre menor do que o verdadeiro aumento do salário mínimo, mas como não nos esquecemos também que a ‘troika’ [por ocasião do pedido de ajuda externa] congelou esses mesmos salários, todas as entidades patronais — insisto, todas — aprovaram e assinaram o (acordo para) o salário mínimo”, disse ainda. 

Também o vice-presidente do Conselho Geral da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, considerou que todos estão de acordo quanto à necessidade “de haver aumento de salários”, apontando os “custos da contratação” como principal obstáculo. “O problema do salário mínimo, em bom rigor, não se coloca. O que se coloca para as empresas são os custos da contratação”, afirmou Óscar Gaspar.

E foi mais longe: “O que a CIP tem dito ao longo do tempo é que os custos de contexto são muito elevados para as empresas”, no entanto lembra que, é preciso “criar as condições para haver um aumento de salários, mas esses salários serem sustentáveis”.