A esquerda chumba a democracia

O 25 de Novembro deveria convocar todos os portugueses a refletir, atribuindo a relevância merecida a todos os bravos que, como Ramalho Eanes e Jaime Neves, honraram o compromisso inadiável, inegociável e irredutível com a Liberdade.

Por Francisco Mota, Historiador e Gestor de projetos

O 25 de Novembro de 1975, muito mais que uma data, é uma certeza. Se podemos afirmar que em Abril conquistamos a nossa liberdade, a verdade é que foi em novembro que conquistamos a verdadeira democracia, contra golpes revolucionários e os extremismos, de todos aqueles a quem a palavra democracia apenas representava um recurso estilístico e camuflado, para a tentativa de substituição de um regime autoritário por outro. Felizmente, coragem de lutar por uma verdadeira cultura democrática liberal ocidental venceu, a 25 de Novembro de 1975. 

Este dia deveria convocar todos os portugueses a refletir, atribuindo assim, a relevância merecida a todos os bravos que, nesse dia, como Jaime Neves e Ramalho Eanes, honraram o compromisso inadiável, inegociável e irredutível com a Liberdade. Tal só não é uma realidade, porque a esquerda não permite celebrar a democracia e assinalar solenemente este feito. 

46 anos depois, estamos amordaçados e iludidos com uma liberdade material onde, na realidade, as nossas escolhas estão impostas à partida. Nunca uma geração sofreu tanto nas mãos do Estado, fosse pelas sucessivas crises ou por aquilo que querem que sejamos. É a hora de nos deixarem ser livres e de sermos nós a escolher o nosso projeto vida. 

Hoje, mais do que nunca, temos a obrigação de nos inspirar nos valores que moveram o 25 de Novembro e prepararmo-nos para vencer a batalha cultural e ideológica, que se foi acentuando ainda mais com o evoluir da pandemia. Tal como em 75, é com preocupação que nos apercebemos de alguns sinais menos democráticos que são característicos de regimes totalitários e comunistas.  

Somos chamados a ter coragem e a assumir uma contracorrente ao novo e acomodado ‘socialmente correto’. Assumamos sem ambivalência e sem equilíbrios taticistas de que lado nos queremos posicionar. Não nos podemos posicionar com um pé à direita e outro à esquerda, depois de ter sondado o que convém. Tenhamos a capacidade de nos questionar, sermos críticos, autênticos e livres. 

Está na hora de refazer a política e de dar esperança para uma vida melhor para cada português, de lhes oferecer o sonho de que Portugal tem rumo. Está na hora de voltar a acreditar na nossa pátria e negar todo e qualquer experimentalismo que negue a nossa história, cultura, tradição e identidade. Está na hora de cumprir Portugal! Está na hora de pensar o país, não para as próximas eleições, mas para as próximas gerações. Está na hora de nos libertarmos! 

A história deve ser revista como aprendizagem e, os atos de hoje, devem ser olhados com o propósito do futuro. Para que o comodismo não dê lugar ao comunismo. 

Não podemos desfigurar a política na sua essência, justificando-a com o nascimento de novas circunstâncias, sob o risco de revivermos cenários verdadeiramente negros, como aqueles que nos quiseram impor. A memória coletiva do país não pode ignorar os factos e deve ser perentória na avaliação e fiscalização da sua representatividade, como garante da nossa liberdade e democracia, pois, se assim não for, estaremos entregues à inércia ou às mãos de Deus.

Dessa forma, cumpra-se o 25 de Novembro sempre, Por Portugal!