Coligação com CDS está nas mãos de Rui Rio

A CPN e o CN, apesar de divididos quanto ao assunto, deverão seguir as convicções do líder.

Hoje o PSD decidirá se irá ou não em coligação pré-eleitoral às eleições legislativas. Indo, seria com o CDS e o PPM, protagonizando assim uma ‘recorporização’ da Aliança Democrática. Rodrigues dos Santos está interessado e Rio também afirmou demonstrar simpatia à coligação, notando até ter “preferência” por Rodrigues dos Santos. Acontece que a sua Comissão Política Nacional (CPN) não o acompanha.

Apesar de o debate sobre uma “eventual proposta” de “participação em coligação eleitoral” estar previsto na ordem de trabalhos do Conselho Nacional (CN) – que se reúne hoje à noite em Évora –, é durante a tarde – na reunião da CPN – que se irão ‘tirar as teimas’. Isto porque será nesta reunião da CPN que Rui Rio irá apresentar ou não a proposta de coligação: só uma vez a CPN aprovando-a é que esta poderá ser levada a CN.

Apesar de a CPN estar dividida quanto à eventual coligação pré-eleitoral, o i sabe que se Rio a propuser, esta irá, em princípio, ser aprovada. Isto porque aqueles que em princípio se oporiam entenderem não ser correto criar adversidades ao líder recém-reeleito: Rio está legitimado e a sua estratégia deve ser seguida.

Supondo que a CPN vota a favor da eventual proposta de Rio no sentido de formalizar uma coligação pré-eleitoral, caberá depois ao Conselho Nacional (que já conta com cerca de 170 pessoas), à noite, votá-la. Este, que caiu para Rangel nos últimos meses, voltou para a mão de Rio com a sua vitória e, se deparado com a proposta do líder, deverá aceitá-la na mesma lógica da CPN: Rio está legitimado e a sua estratégia deve ser seguida.

Em suma, por mais democracia interna e opiniões divergentes que haja, tudo parece estar nas mãos de Rio: se este quiser efetivamente a coligação parece ter condições para tê-la.

Listas também serão votadas Se a proposta para uma coligação pré-eleitoral é incerta, não parece haver dúvidas de que o Conselho Nacional irá aprovar as listas candidatas à Assembleia da República. Para a remota hipótese de o CN rejeitar as listas propostas pela CPN, marcar-se-á outro Conselho para o dia 10 de dezembro. O objetivo é entregar as listas no Tribunal Constitucional a 15 de dezembro. Tal como a eventual coligação, as listas terão primeiro que receber a chancela da CPN durante a tarde, só podendo ser apresentadas ao CN à noite, quando isto acontecer.

Espera-se que haja algumas mudanças face às propostas de listas de algumas distritais, uma vez que eram compostas por muitos daqueles que ‘espetaram a faca’ a Rio nas últimas diretas: caso de Cristóvão Norte (Faro), Pedro Alves (Viseu) ou Alberto Machado (Porto).