PSP confirma que foi chamada para “desordem” na casa de jogadores do Ovarense

A autoridade policial explica em comunicado que, no interior da casa, estavam quatro homens de nacionalidade estrangeira que terão sido confrontados por um grupo de oito homens, que terão arrombado a porta principal, dirigindo ameaças contra os mesmos enquanto mostravam armas brancas. 

A Polícia de Segurança Pública (PSP) confirmou, esta quarta-feira, que foi chamada na madrugada de segunda-feira para uma "desordem" que envolveu armas brancas e os jogadores do Ovarense, que terão sido vítimas de uma tentativa de "intimidação organizada", numa residência em Ovar.

De acordo com um comunicado divulgado esta quarta-feira pela PSP, após alerta recebido sobre a desordem perto de uma habitação, a força de segurança deslocou-se imediatamente a uma rua de Ovar, em Aveiro, para averiguar a veracidade dos factos e colocar o ponto final na ocorrência.

A autoridade policial explica na nota, que, no interior da casa, estavam quatro homens de nacionalidade estrangeira que terão sido confrontados por um grupo de oito homens, que terão arrombado a porta principal, dirigindo ameaças contra os mesmos enquanto mostravam armas brancas.

Três dos lesados conseguiram fugir pela porta das traseiras, ao passo que o quarto jogador refugiou-se num dos quartos, detalha ainda a PSP.

"Os suspeitos, que, entretanto, se colocaram em fuga, danificaram a porta e um vidro de uma janela da referida residência. Não se verificaram ferimentos em qualquer um dos lesados", aponta a mesma nota, acrescentando que foi apresentada uma denúncia por parte dos lesados.

De sublinhar que na terça-feira, segundo a PSP, dois homens de 22 e 25 anos apresentaram denúncia contra desconhecidos, uma vez que foram colocadas fotografias dos possíveis agressores numa página de uma rede social.

A investigação continua a decorrer na Esquadra Policial de Ovar, confirma a PSP

Ontem, a Brasil Soccer Academy, empresa de gestão e representação de atletas, denunciou nas redes sociais as alegadas agressões que sofreram os jogadores brasileiros do clube de futebol de Ovar.

De acordo com a publicação partilhada, durante a madrugada de segunda-feira, a residência dos atletas "foi invadida por marginais, que depredaram a casa, quebraram o mobiliário e atentaram contra a vida dos jogadores, com tentativa de homicídio".

A claque da Ovarense demarcou-se da situação e sublinhou que as autoridades "já conhecem os autores". O grupo de adeptos, também numa nota publicada nas redes sociais, "repudiou" o ato, garantindo que não se revê nele, adiantando que, não só as autoridades mas também eles sabem quem são os autores do ataque: "Nós também sabemos quem são, e essas pessoas nunca serão bem-vindas ao nosso setor, pois não nos identificamos com tais comportamentos, nem com racismo e xenofobia".

No comunicado, ainda foi dada uma "pista" sobre qual poderá ter sido a eventual razão do ataque, que nada terá a ver com futebol, "mas sim com mulheres", podendo o caso estar ligado a questões passionais envolvendo um ou mais atletas que residem na referida moradia.

De seguida, o clube emitiu um comunicado, no qual informou que dois futebolistas do clube que estão a disputar os campeonatos distritais de Aveiro tinham sido alvo de uma tentativa de "intimidação organizada" protagonizada por um grupo de indivíduos que invadiu a sua residência em Ovar.

"Não se tratando de um assalto, esta intimidação organizada teria como alvo um dos residentes deste espaço", observou a Associação Desportiva Ovarense (ADO), atual segundo classificado da Associação de Futebol de Aveiro, ao manifestar o total apoio aos atletas e seus representantes.

A ADO também deixou uma palavra quanto ao facto de alegadamente alguns dos envolvidos serem adeptos do clube, reforçando que todas as pessoas que praticarem atos racistas, xenófobos ou discriminatórios "jamais terão as portas do clube abertas".

"Mais do que simplesmente nos demarcarmos de indivíduos que não poderão nunca, sob este cenário, reclamar para si a condição de nossos adeptos, enquanto instituição queremos participar e ser uma voz ativa no combate a todo o tipo de episódios desta natureza", sublinhou na mesma nota.