CDS vs Chega. O combate dos galos bravos

Num tom agressivo Chicão e Ventura digladiaram-se de forma genuína. Ali, mais do que visões políticas em debate, estavam homens engalinhados.

O debate entre Rodrigues dos Santos e Ventura não foi apenas o debate entre Rodrigues dos Santos e Ventura. Foi o debate entre duas direitas: a considerada humanista e a considerada populista. 

A primeira saiu vitoriosa, deixando Ventura nervoso como poucas vezes visto. O antídoto utilizado por Rodrigues dos Santos – berrar mais alto que Ventura – seria considerado de mau tom em qualquer regime democrático; contudo, parece ter surtido efeito. Corporizando Popper, Rodrigues dos Santos foi a debate mostrar-se intolerante à intolerância de Ventura.

Num tom agressivo – quais galos bravos – Chicão e Ventura digladiaram-se de forma genuína. Ali, mais do que visões políticas em debate, estavam homens engalinhados: por questões de ego e pelo voto da Direita. Apesar de poucas ideias se terem concretizado – corrupção para ali, ideologia de género para acolá -, parece ter ficado claro que CDS e Chega são como azeite e água: não se misturam. Não só pelas ideias, que são diferentes, como pelos seus líderes – que claramente não colhem simpatia mútua. É isso que se retira do debate.

Visto que as ideias ficaram na antecâmara dos estúdios, os telespectadores puderam-se divertir com os insultos trocados entre os dois, com destaque para Ventura acusar Chicão de ser «um menino mal preparado» e este a acusar Ventura de ser «o quarto pastorinho de Fátima».