Margarida da Dinamarca. Um reinado que chega às Bodas de Ouro

Com a morte do pai, Margarida da Dinamarca sobe ao trono a 14 de janeiro de 1972. Sempre soube que, como filha mais velha, era esse o seu destino e nunca o renegou. Adorada pelo povo, a rainha não tenciona abandonar o trono para já. Apaixonada por artes desde cedo continua, aos 81 anos, a dar cartas neste…

Foi a 14 de janeiro de 1972 que Margarida da Dinamarca, a segunda, assumiu os comandos do trono do país e a data até seria celebrada com pompa e circunstância não fosse a pandemia de covid-19. Para o dia estavam previstos vários eventos, como a inauguração de uma exposição de joias da monarca, no Museu de Amalienborg, ou um jantar de gala.

Não se comemoram agora estes 50 anos de reinado, mas a data será depois celebrada no final do verão de 2022. A rainha está, aliás, já habituada a estas alterações, uma vez que teve que fazer o mesmo na celebração do seu 80.º aniversário, em abril de 2020.

Ainda assim, a data não passará em branco e a Casa Real prevê que se possam realizar alguns festejos, como o encontro com o Conselho de Estado, que decorre no Parlamento, e no qual a rainha vai marcar presença acompanhada pelo príncipe herdeiro, Frederico. Mas quem é a rainha da Dinamarca, conhecida pelo gosto pelas artes? Nasceu a 16 de abril de 1940 no Palácio Amalienborg de Copenhague (Dinamarca) e é filha do Rei Frederico IX e da Rainha Ingrid da Suécia.

Assumiu o trono com apenas 31 anos, depois da morte do pai e tornou-se, por isso, na primeira soberana dinamarquesa por direito próprio desde a Idade Média. Sempre foi amada pelo povo e é conhecida por ser uma das mais modernas e progressistas soberanas europeias. Mas não só: é boa pintora e as suas ilustrações são conhecidas, algumas delas tendo sido até usadas para representar O Senhor dos Anéis. 

A pintura sempre foi uma das grandes paixões da rainha que, a título de exemplo, vendeu num leilão, no ano passado, dois quadros pintados por si, datados de 1978 – são duas aguarelas que Margarida ofereceu naquele ano ao historiador Erik Fisher. E há mais: em 2003, uma coleção das suas obras intitulada A alma da paisagem foi exibida no museu Brandts Klaedefabrik, em Odense, na Dinamarca.

Mas aquele que talvez seja o auge da sua ‘carreira’ chegou no ano passado quando Margarida da Dinamarca foi contratada pela Netflix. O objetivo é projetar os cenários do romance dinamarquês Ehrengard, inspirado no livro de Karen Blixen.

«Quando a próxima longa-metragem Ehrengard estrear, Sua Majestade estará por detrás do cenário e dos fatos do filme», anunciou a casa real dinamarquesa, na rede social Instagram. O filme será lançado em 2023.

A vida numa série 

Uma vida como rainha é o nome do documentário que pretende assinalar as bodas de ouro do reinado de Margarida da Dinamarca e onde fala abertamente sobre a relação com o marido, a vida na realeza, o amor pela Dinamarca e pelo seu povo ou a paixão pela arte. O documentário – que já está disponível – é dividido em quatro episódios gravados em quatro locais diferentes consoante o tema do episódio.

Quando fala do marido – o príncipe Henrik, que morreu em 2018, aos 83 anos – com quem esteve casada 44 anos, Margarida não esconde o amor que sentia por aquele homem, mas confessa que a subida ao trono sempre foi o seu destino e a sua prioridade. «Sempre fui muito feliz com o facto de a minha vida já estar marcada e foi reconfortante, de alguma forma, saber que era o que tinha que fazer», diz. «Não tinha qualquer intenção de renunciar ao trono. O meu primeiro dever sempre foi com a Dinamarca e ele sabia». Mas revela também que os pais – que teriam que aprovar o seu relacionamento – sempre estiveram satisfeitos com a sua escolha. 

Do casamento nasceram dois filhos, os príncipes Frederico e Joaquim, sendo o primeiro – o mais velho – que a sucederá. A boa relação com a família sempre transpareceu e a popularidade é sabida: um recente estudo mostra que a família real dinamarquesa possui altos índices de aprovação no país, variando entre 82% e 92%.