Israel acusa investigadora da ONU de não ser imparcial

“Consideramos a senhora Pillay uma ativista anti-Israel que não deveria presidir a esta comissão”, disse a embaixadora israelita junto da ONU.

Israel acusou esta quinta-feira Navi Pillay, investigadora das Nações Unidas que se dedica aos atentados aos direitos humanos nos territórios palestinianos e no Estado hebreu, de ser parcial, dias depois de uma organização não-governamental ter apresentado queixa contra esta. 

A embaixadora israelita junto da ONU, Meirav Eilon Shahar, numa carta datada desta quinta-feira, que lhe é endereçada, considera que a comissão tem por objetivo "diabolizar Israel". A diplomata afirma que Pillay é  "pessoalmente conhecida por apoiar posições anti-Israel", condenando, nomeadamente, a palavra "apartheid" que a invetigadora utiliza para classificar a política de Israel em relação aos palestinianos, como fez a Amnistia Internacional num relatório recente, deu como exemplo. 

"Consideramos a senhora Pillay uma ativista anti-Israel que não deveria presidir a esta comissão", sustentou ainda Lior Haiat, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita. "Não cooperaremos com esta comissão", acrescentou, numa conferência de imprensa. Mas vai mais longe: a nomeação de Navi Pillay é "uma vergonha", disse. 

Navi Pillay preside à comissão internacional encarregada de investigar as alegadas violações dos direitos humanos cometidas nos territórios palestinianos e em Israel desde 13 de abril de 2021.