Combustíveis já sentem efeitos da guerra

Apetro já tinha garantido: ‘Tudo o que é instabilidade vai ter impacto na cotação do petróleo’. A consequência é o aumento dos preços.

Por cá, a guerra entre os dois países já faz estragos no preço dos combustíveis. O gasóleo simples e gasolina simples 95 deverão subir, a partir desta segunda-feira, dois cêntimos por litro, passando a gasolina simples 95 a custar cerca de 1,834 euros por litro, enquanto o preço do diesel simples sobe para 1,675 euros por litro. Este cenário já tinha sido admitido pela Associação Portuguesa De Empresas Petrolíferas (APETRO). «Tudo o que é instabilidade vai ter impacto na cotação do petróleo e como consequência no preço dos combustíveis», afirmou António Comprido.

E, ao que o Nascer do SOL apurou, já está a haver uma corrida às bombas. Esta sexta-feira de manhã havia postos de abastecimento na grande Lisboa que apenas tinham combustível aditivado devido ao elevado aumento de procura, estando à espera de ser abastecidos durante este fim de semana, mas as empresas afastam o risco desta matéria-prima vir a esgotar. «Esta tendência não é nova. Geralmente os condutores atestam o depósito à sexta-feira para contornar os aumentos previsíveis que ocorrem à segunda-feira», disse a este jornal um responsável pelo setor, lembrando que esta elevada procura «ganha maiores contornos quando as empresas fazem nesse dia promoções», 

Recorde-se que o ataque da Rússia em território ucraniano fez disparar o preço do barril do Brent para acima dos 102 dólares, apesar de esta sexta-feira os preços do petróleo terem negociado a níveis próximos do registado antes da invasão russa à Ucrânia ao cair 2,47% para 96,5 dólares.

 O alerta para estes aumentos já tinha sido dado pelo economista Paulo Rosa, explicando que a formação dos preços dos combustíveis em Portugal «é semanal e é baseada nos cálculos que têm em conta a cotação do barril de petróleo nos mercados internacionais».

Esta sexta-feira, a petrolífera Prio informou que «até estabilização da situação no terreno, deixou de considerar como parte dos seus fornecedores e de adquirir quaisquer produtos a empresas russas ou diretamente relacionadas, como fazia no passado». Em 2021, a empresa transacionou com empresas da Rússia, ou diretamente relacionadas, cerca de 20 milhões de euros de equipamentos, combustíveis e matérias-primas para biocombustíveis avançados ultra sustentáveis, um valor equivalente a sensivelmente 2,5% das suas compras ao longo do ano.