Lucro do novobanco duplica para 142,7 milhões no primeiro trimestre

Número de balcões e colaboradores continuou a cair. 

O lucro do novobanco duplicou no primeiro trimestre do ano, passando de 70,7 milhões para 142,7 milhões de euros. De acordo com a instituição financeira, “o desempenho da atividade está em linha com as expectativas, apresentando pelo quinto trimestre resultados positivos”, referindo que “apresenta melhorias de desempenho financeiro apesar do atual contexto macroeconómico caracterizado por pressões inflacionistas e consequente volatilidade das taxas de juro.

O banco liderado por António Ramalho diz que esta evolução “se justifica pela melhoria do produto bancário (um aumento 36,9 milhões) e pelo menor nível de imparidades e provisões (-64,7%, ou seja, uma redução de 40 milhões). 

A margem financeira totalizou 133,5 milhões de euros, o que representa uma queda de -8,4% face a igual período do ano passado, “refletindo a estabilidade nas linhas do negócio bancário (empresas e particulares)”, assim como o “efeito das emissões de dívida sénior em 2021 e das taxas de juro negativas nas aplicações do mercado monetário”. 

Já a margem financeira foi de 1,31% (versus 1,49% no primeiro trimestre de 2021), enquanto o crédito a clientes (líquido) ascendeu a 24 mil milhões, “impulsionado pelo crescimento no segmento de empresas e estável crédito a particulares”. As comissões de serviços a clientes ascenderam a 68,8 milhões (+9,6% face ao período homólogo), com a instituição financeira a garantir que mantém a “tendência positiva dos últimos trimestres”.

O produto bancário comercial totalizou os 202,3 milhões de euros, já o produto bancário apresentou um forte desempenho de 310,4 milhões, com os resultados de operações financeiras de 91,4 milhões (um aumento face aos 52,8 milhões registados nos três primeiros meses do ano do ano passado). 

O resultado operacional core (produto bancário comercial – custos operativos) foi de 98,7 milhões, o que representa uma queda de sete milhões face a igual período do ano passado, “resultado da estabilização dos agregados de negócio e da manutenção dos custos operativos”.

Redução de estrutura Os custos com pessoal totalizaram 55,7 milhões, o que representa uma queda de 5,1% face a igual período do ano passado, “mantendo a tendência de redução que se tem verificado nos últimos anos em resultado das medidas de eficiência implementadas” No final de março, o novobanco tinha 4182 colaboradores, menos 375 colaboradores face ao primeiro trimestre do ano anterior, quando tinha 4557 colaboradores. 

Já os gastos gerais administrativos e amortizações aumentam 6,3% (-1,6% numa base recorrente) e 19,8%, respetivamente, face ao período homólogo, totalizando 38,2 milhões e 9,8 milhões, devido ao continuado investimento ao nível da reorganização, racionalização de processos e modelo de negócio.

No final de março, o número de balcões fixou-se em 311 (-46 balcões face ao primeiro trimestre do ano passado).

Injeção de capital Em relação ao valor solicitado ao Fundo de Resolução, relativo ao exercício de 2020, a instituição financeira liderada por António Ramalho garante qie “subsistem duas diferenças que resultam de divergências, entre o novobanco e o Fundo de Resolução, relativamente à provisão para operações descontinuadas em Espanha e valorização de unidades de participação, que estão sujeitos a uma decisão arbitral”, referindo que o novobanco “considera estes valores (165 milhões) como devidos ao abrigo do Mecanismo de Capitalização Contingente, estando a despoletar os mecanismos legais e contratuais à sua disposição no sentido de assegurar o recebimento dos mesmos.

Em causa está a divergência entre as duas entidades, sujeita a arbitragem a aplicação pelo novobanco, no final de 2020, da opção dinâmica do regime transitório da IFRS 9.