A gula socialista

Fernando Medina, o tal que foi premiado com a pasta das finanças por, enquanto presidente da câmara da capital, ter transformado Lisboa numa cidade caótica, lembrou-se da ideia de começar a taxar quem investir em criptomoedas.

De imediato foi secundado por aquela senhora que está a contas com o fisco porque, alegadamente, se terá esquecido, ou fez-se esquecida, de declarar as mais-valias a que se entregou na sua luxuosa mansão da Serra de Sintra, nem tão pouco terá requerido junto do Parque Natural as necessárias autorizações para as obras em questão, que incluíram uma simpática piscina, a qual, aproveitando-se do tempo de antena que um canal de televisão lhe oferece em horário nobre, veio berrar que quem ganha dinheiro com as moedas virtuais tem que daí pagar impostos.

Bem prega Frei Tomás…

Se a pouca vergonha destes socialistas pagasse impostos, talvez não houvesse necessidade de o simples contribuinte ser tão escandalosamente espremido pela autoridade tributária, porque os cofres desta estariam bem melhor recheados!

A gula destes socialistas que nos desgovernam não tem limites: assim que lhes cheira a uma nova oportunidade de sacar dinheiro a quem já muito pouco o tem, não hesitam um segundo que seja!

Nem sequer se dão ao trabalho de avaliar com justeza a oportunidade do saque a que se propõem.

Ao contrário do que os (ir)responsáveis do ministério das finanças parecem pensar, a grande maioria daqueles que compram criptomoedas fazem-no com o recurso a escassas poupanças de que dispõem, retirando desse investimento, altamente arriscado, um lucro bastante diminuto.

Ao ver taxada essa reduzida e limitada margem de lucro, quando existente, o investidor fica praticamente com nada, quando não ainda com menos do que aquilo que tinha.

Esta é a praga do socialismo que nos calhou em sorte: condenar-nos a todos à pobreza! E se alguém se lembrar de procurar sair dessa penúria institucionalizada, logo o Estado se encarrega de lhe cortar as asas.

Não tenho quaisquer dúvidas de que o contribuinte português pagaria os seus impostos com sentido cívico, sem a eles se furtar sempre que tal lhe é possível, caso soubesse para onde vai essa verba que, generosamente, deposita na conta do Estado por tudo e por nada.

Infelizmente, para nossa desgraça, o dinheiro dos nossos impostos evapora-se como por magia, sem que nos possamos aperceber da importância do seu contributo para o garante do bem-estar de todos.

Se comprarmos uma casa, em que parte considerável do seu preço reverte para os cofres do Estado, somos forçados a pagar, até ao último dos nossos dias, o imposto mais estúpido e injusto que alguma vez foi criado, porque aplicado, eternamente, sobre um bem que nos pertence, que mais não serve do que permitir aos autarcas deste depauperado país encherem os bolsos dos amiguinhos, através de rotundas sem sentido e de outras desnecessárias e onerosas obras públicas.

Se comprarmos um carro, em que quase metade do seu valor resulta da brutal carga fiscal a que estamos submetidos, obrigam-nos a anualmente contribuirmos com mais um imposto, chamado de circulação, para que possamos circular nas nossas estradas, construídas, claro está, com o dinheiro dos nossos impostos.

Mesmo para estacionarmos na via pública, na maioria das cidades e a todo o momento, temos de pagar uma tarifa extremamente elevada.

Se for nossa intenção constituir família, somos de imediato barrados por uma séria infinita de obstáculos de quase impossível contorno, começando pela grande dificuldade em conciliar as funções laborais com as de pais, atendendo à filosofia de que a entrega à actividade profissional se sobrepõe aos superiores interesses da prestação de cuidados às crianças no seio do lar.

A ausência de apoios estatais à natalidade constata-se logo no nascimento do primeiro filho, vendo-se os progenitores impelidos a um gritante esforço financeiro para que aquele possa passar algumas horas do dia numa creche infantil, factor desmotivante e impeditivo para a natural vontade de aumentar a família.

Se quisermos proporcionar aos nossos filhos uma instrução adequada e de qualidade, que lhes possibilite um futuro estável no mercado do trabalho, somos coagidos a gastar uma fortuna nos seus estudos, porque a escola pública parece mais apostada em tratar todos de igual forma, independentemente do mérito escolar, nivelando por baixo para que todos possam passar de ano, quer tenham ou não estudado para esse fim.

O próprio ensino público, supostamente gratuito, comporta despesas exorbitantes para a generalidade das famílias, sem que as mais desfavorecidas recebam qualquer tipo de apoio financeiro do Estado.

Se não estivermos particularmente interessados em morrer enquanto aguardamos uma operação, ou apenas uma simples consulta, numa interminável lista de espera, imagem de marca da anedota em que se transformou o serviço nacional de saúde, somos obrigados a recorrer a uma unidade de saúde privada, com as despesas daí decorrentes totalmente suportadas pelo nosso orçamento familiar ou pelos seguros de saúde para os quais despendemos uma fatia apreciável daquilo que auferimos.

E mesmo no inverno da nossa vida, quando a família a que pertencemos já não dispõe de condições mínimas para nos albergar no seu seio, somos recambiados para lares de duvidosas condições e de preços absurdos e vergonhosos, completamente abandonados pelo Estado que suportámos ao longo de uma vida de trabalho e de privações.

Este é o fiel retrato do Estado que herdámos da abrilada, resultante das quatro décadas de gula socialista em que nos têm sido sugados os parcos recursos que se destinariam às nossas poupanças, mas que têm acabado nas carteiras dos glutões que vivem à custa do dinheiro dos outros.

E o povinho, refém da sua ignorância, porque desconhece por completo a realidade vivida para além das suas fronteiras, em que gentes que até há bem pouco tempo viviam bastante pior do que nós e que, entretanto, nos ultrapassaram em rendimento per capita, parece conformado com o triste destino e fatal a que foi condenado, continuando a depositar o seu voto nos mesmos que lhe têm desgraçado a vida ao longo dos últimos quarenta e tal anos, chegando mesmo ao ponto de lhes oferecer a maioria absoluta, conforme se constatou nas últimas eleições.

Em Portugal, definitivamente, o crime compensa!